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Nacional
Terça - 30 de Agosto de 2011 às 06:42

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na segunda-feira que o aumento da meta de superávit primário anunciada tem como objetivo proteger o País dos possíveis efeitos de uma piora da crise internacional. "A economia mundial vive um momento delicado, em que os países avançados podem caminhar para a recessão," disse Mantega em mensagem gravada para evento de empresários, em São Paulo.

 

 

No início desta tarde, o ministro anunciou que a meta de superávit primário - economia feita para pagamento de juros da dívida - deste ano foi elevada em R$ 10 bilhões, chegando a R$ 127,9 bilhões. Mantega repetiu na mensagem que a medida pretende criar condições para uma queda dos juros no País, fomentando investimentos privados. "O investimento sustentado no Brasil vai continuar", garantiu.

 

 

Sucedendo a mensagem de Mantega, o secretário-executivo do Ministério, Nelson Barbosa, explicou que, em meio ao pessimismo que se instalou nos mercados internacionais nas últimas semanas, devido a perspectivas negativas para as economias americana e europeia, o governo brasileiro passou a trabalhar com um cenário de elevada liquidez internacional, o que é ruim para o País. Assim, de acordo com Barbosa, a saída para o Brasil é aumentar a competitividade, melhorando a questão fiscal para dar maior liberdade à política monetária, reduzir os juros e incentivar o investimento privado.

 

 

Para Barbosa, o Brasil tem uma "posição confortável" para enfrentar uma eventual piora da crise, já que tem à mão reservas internacionais de US$ 340 bilhões e pode novamente reduzir os depósitos compulsórios, se necessário, além de a dívida pública ter trajetória cadente. Segundo o secretário, os próximos desafios econômicos são o de ampliar o investimento e aumentar a produtividade. Para combater de forma mais imediata a perda de competitividade devido ao câmbio valorizado, Barbosa citou medidas para apoiar os exportadores. Nesse sentido, ele afirmou que o governo trabalha para aperfeiçoar medidas recentes, no âmbito do Plano Brasil Maior. "Vamos aperfeiçoar as medidas para beneficiar todas as empresas exportadoras e não apenas algumas", disse.

 

 

Entenda
No auge da crise de crédito, que se agravou em 2008, a saúde financeira dos bancos no mundo inteiro foi colocada à prova. Os problemas em operações de financiamento imobiliário nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro. Para diminuir os efeitos da recessão, os países aumentaram os gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais. Mas o estímulo não foi suficiente para elevar os Produtos Internos Brutos (PIB) a ponto de garantir o pagamento das contas.

 

Os Estados Unidos atingiram o limite legal de endividamento público - de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) - no último dia 16 de maio. Na ocasião, o Tesouro usou ajustes de contabilidade, assim como receitas fiscais mais altas que o previsto, para seguir operando normalmente. O governo, então, passou por um longo período de negociações para elevar o teto. O acordo veio só perto do final do prazo (2 de agosto) para evitar uma moratória e prevê um corte de gastos na ordem de US$ 2,4 trilhões (R$ 3,7 trilhões). Mesmo assim, a agência de risco Standard & Poor"s retirou a nota máxima da dívida dos EUA.





Fonte: Reuters

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