Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Segunda - 29 de Agosto de 2011 às 17:37
Por: Naiara Leão

    Imprimir


Enquanto os pedidos de visto feitos no site da Embaixada dos Estados Unidos são agendados somente para janeiro, em Brasília, despachantes prometem marcar entrevistas em um mês ou – em casos mais urgentes – até em uma semana. Tanta agilidade custa entre R$ 200 e R$ 480 a mais para quem não estava planejando a viagem com antecedência, de acordo com profissionais consultados pelo G1.

Para conseguir as vagas, os despachantes ficam atentos ao sistema de marcação de entrevistas na embaixada. Alguns, por até 24 horas. “Uma equipe de 24 pessoas se alterna em dois turnos para achar vagas. Ficamos 24 horas no ar”, afirma o consultor Rodrigo Ribeiro.

Quando o sistema libera uma vaga por cancelamento ou desistência, os despachantes são os primeiros a perceber. “É uma questão de segundos. Assim como a gente, todas as agências do Brasil credenciadas ficam de olho, e consegue quem clicar primeiro”, explica o despachante Alexandro Jesus. Quando conseguem o horário, os despachantes inserem os dados do cliente no site e avisam da entrevista.

Eventualmente, nos períodos mais lotados, a embaixada libera vagas extras no site sem aviso prévio. É quando os despachantes lucram com mais facilidade. “Agora mesmo eles devem liberar em Brasília, já que só estão agendando a partir de janeiro. É quando a gente faz a festa”, disse uma despachante que preferiu não ser identificada.

Como é impossível saber quando haverá desistências e cancelamentos, os despachantes não têm como garantir prazos, mas afirmam que, no prazo de um mês, sempre conseguem as vagas para clientes. Alguns, são ainda mais ousados. “Em uma semana a gente consegue. Eu garanto”, diz Rodrigo Ribeiro.

A empresa de Ribeiro ajuda cerca de 1.500 viajantes a furarem a fila a cada mês nos consulados do Rio de Janeiro, de São Paulo e Recife, além de Brasília. No Distrito Federal, esses profissionais são indicados por agências de turismo interessadas em vender pacotes e passagens a quem não quer esperar quatro meses para viajar.

De acordo com a agente de viagens Vanessa Dourado, há casos de pessoas sem tempo para lidar com documentação ou com dificuldade de preencher o formulário em inglês que procuram os despachantes. Mas os clientes mais comuns são os que querem furar a fila. “Geralmente são pessoas que têm pressa, como profissionais que vão pra um evento específico e precisam de visto para viabilizar um negócio”, afirma.

A embaixada americana informou por meio de sua assessoria que não reconhece nem indica despachantes e que eles não tem nenhum privilégio de acesso ao sistema.

As empresas também afirmam que o serviço é feito legalmente e que seu único trunfo é o acesso ao site como agência de turismo. As empresas que vendem viagens têm uma senha especial com a qual conseguem visualizar o número de vagas disponíveis para agendamento. O cidadão comum que acessa o site vê somente a data.

“A gente estuda o sistema e sabe mais ou menos se vai surgir [vaga] e quando vai surgir”, diz o despachante Alexandro Jesus.

De acordo com ele e outros despachantes, a procura por esse serviço vem crescendo muito desde o ano passado acompanhando a demanda por vistos e viagens. Somente de janeiro a agosto de 2011, a emissão de vistos cresceu 60% só na Embaixada dos EUA, em Brasília.

Quando a avalanche de vistos americanos ganhou força no ano passado, as companhias aéreas pegaram carona. Hoje, três delas têm 14 voos semanais diretos de Brasília para os Estados Unidos. A partir de 15 de dezembro, duas companhias terão voos diários.





Fonte: Do G1 DF

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/77941/visualizar/