Empresas aéreas investem em voos regionais de cidades do interior

Movimento disparou nos aeroportos locais, mas também vieram os problemas que tanto atrapalham o tráfego aéreo das grandes cidades.

De olho no crescimento das pequenas e médias cidades, as empresas áreas ampliaram os voos regionais e o movimento nos aeroportos locais disparou. Mas, também vieram os problemas que tanto atrapalham o tráfego aéreo nas grandes cidades.

Por rodovia e agora pelo céu. "Estive em Bauru, são 1,2 mil quilômetros. Em uma hora e meia a gente está no destino", calcula o advogado Silvio de Moura Leite.

"Saí de Ji-Paraná e às 14h30, desci em Cuiabá e vim para Goiânia, de onde eu vou para Araguaína, no Tocantins", diz a chefe de cozinha Arlete Souza Gomes.

"Com avião ficou muito mais prático. Diminui os riscos de estrada e vou descansando", destaca o médico Paulo Renato de Paula.

O rico interior do Brasil também qu er cruzar o país de avião.

"A grande maioria desses passageiros não está querendo se movimentar entre capitais. Eles estão querendo se movimentar do interior para a capital e do interior, através da capital, para todo o país", afirma Vitor Rafael Celestino, diretor da Associação Brasileira de Empresas Transportes Aéreo Regional (Abetar).

Os aviões têm menos de 80 lugares. São 15 pequenas e médias companhias aéreas que já transportam 6,5 milhões de passageiros para 150 cidades. Mas um levantamento feito em aeroportos, administrados principalmente por prefeituras e estados, o resultado não foi nada animador.

"A gente identifica os mesmos problemas dos grandes aeroportos: problema de espaço, problema de adequação de pista, problema de terminal de passageiro", aponta o presidente da ABETAR, Apostole Lazaro Chryssafidis.

No interior do Brasil também há atrasos. O avião deveria ter pousado por volta de 20h10. O voo partiu de Belo Horizonte, passou por Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e chegou a Rio Verde, no interior de Goiás. O destino é Goiânia. São dois voos por dia: um pela manhã e outro à noite.

Parece pouco, mas há quatro anos não existia nenhum. Com a chegada de voos regulares, foi preciso mudar a rotina do aeroporto.

"Vinha aqui o marido ensinar a esposa a dirigir carro, porque não pousava ninguém no local. Vinha o pessoal soltar pipa ou brincar com aviãozinho de controle remoto. Eu já tirei vaca e ema de dentro do aeroporto", lembra Fernando Guimaraes, gestor de segurança do aeroporto de Rio Verde.

Mas ainda existem improvisos. "A esteira é humana. Eles colocam a esteira, a gente que passa para pegar as malas. Bem diferente das grandes cidades", comenta a consultora Juliana Silvério.

A Anac, Agência Nacional de Aviação Civil, diz que só autoriza voos regulares quando o aeroporto oferece segurança para pousos e decolagens. Um dos itens exigidos é uma equipe de combate a incêndio.

No aeroporto de Rio Verde, em Goiás, administrado pela prefeitura, existe um projeto para instalação de uma esteira para bagagens e a ampliação da pista e do terminal de passageiros. O custo total é de R$ 3 milhões, mas não existe previsão de conclusão da obra.

Sobre o atraso no voo mostrado na reportagem, a Anac diz que os usuários desses pequenos aeroportos têm os mesmos direitos de passageiros de grandes aeroportos. A Trip informou que o atraso foi provocado por uma manutenção não programada no avião.

Acesse o link e confira a reportagem exibida na TV
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/08/empresas-aereas-investem-em-voos-regionais-de-cidades-do-interior.html