Promotoria Militar investiga envolvimento de cinco policiais no crime. Suspeitos negam participação na morte de denunciante.
PMs podem ter matado autora de denúncia
A denúncia da vítima aconteceu após um rapaz, que prefere não se identificar, ser abordado pelos policiais na Avenida Bernardo Sayão, em Belém. Ele e um grupo de amigos estavam em um carro, e o motorista não tinha carteira de habilitação. Segundo o denunciante, os PMs teriam pedido R$ 2 mil para não plantar drogas no carro."Se a gente não desse o dinheiro da extorsão, eles iam forjar uma droga e falar que era nosso. Aí ia nos jogar na cadeia, para sermos presos”, diz.
Conduta irregular
Segundo a promotoria militar, os policiais suspeitos deveriam ter sido presos imediatamente após a denúncia da vítima chegar na corregedoria, mas isto não aconteceu. De acordo com o Ministério Público, o capitão Cassius Lopes ligou para os policiais e ordenou que ele libertasse as vítimas.
Após a libertação, o grupo passou a ser ameaçado. “Deixavam claro que não era para denunciar, se não ia haver morte”, diz o denunciante. Três dias depois, dona Valdenir foi morta com três tiros na rua dos Pariquis, no bairro do Jurunas.
O assassinato chocou a família da vítima. "O que mais revoltou foi a injustiça que eles fizeram né? Ela foi procurar o direito dela, e morreu por causa do direito que ela foi procurar”, diz um familiar de Valdenir.
Para a promotoria militar, há relação entre o crime e a denúncia feita na corregedoria. O promotor Arnaldo Brasil considera que o capitão Cassius Lopes e o cabo Paulo Sérgio, da Corregedoria, deixaram de fazer o procedimento correto para beneficiar os policiais suspeitos. Eles estão sendo processados por prevaricação, que é um crime cometido por funcionários públicos que se beneficiam do cargo, prejudicando a administração.
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