Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Domingo - 28 de Agosto de 2011 às 14:38

    Imprimir


As últimas tropas do regime de Muammar Gaddafi organizados em Trípoli promovem uma retirada ordenada e tentam evitar a captura de seus últimos combatentes ao sul da capital, enquanto em Zuara os enfrentamentos prosseguiram no sábado (27).

Os franco-atiradores continuam disparando contra a população e os milicianos em Trípoli. Neste sábado, um produtor de televisão espanhol foi atingido no tornozelo quando trabalhava no hotel Radison, localizado na capital líbia.

Embora os rebeldes tenham tomado o controle da fronteira com a Tunísia, a passagem permanece fechada e o Conselho Nacional de Transição, o governo interino, fez um apelo aos líderes tribais em Sirte (a cidade natal de Gaddafi, ao leste de Trípoli) para que se rendam.

O paradeiro de Gaddafi e de seus filhos continua sendo um mistério e há especulações de que esteja sendo protegido por aqueles que ocupavam o último quartel que a brigada de Khamis, o filho do ditador encarregado das operações militares durante todo conflito, abandonou após os últimos confrontos.

Entre outros possíveis paradeiros de Muammar Gaddafi e sua família estão tanto Sirte, como a Argélia, onde neste sábado chegaram seis Mercedes blindados, segundo a agência egípcia "Mena", embora o governo argelino tenha desmentido essa informação.

No entanto, as novas autoridades estabelecidas na capital afirmam que sua principal preocupação é restabelecer a segurança no país e estabilizá-lo, especialmente Trípoli, que durante seis meses foi bombardeada pela Otan.

O representante do Conselho Nacional de Transição declarou que em dois dias poderiam distribuir à população o necessário para cozinhar e fez um apelo aos trabalhadores da refinaria de Zawiyah para que retornem a seus postos e retomem as operações do principal ponto de provisão de combustível da capital.

"Sabemos que alguns dias antes da libertação, Trípoli estava sob o ferrenho controle da ditadura; começamos do zero, sem sociedade civil, mas acho que seremos capazes de fazer o melhor", avaliou o ministro interino.

Os corpos carbonizados de 50 pessoas foram encontrados em uma prisão improvisada em uma base militar ao sul de Trípoli e abandonada neste sábado pelas forças leais ao coronel Muamar Gaddafi, segundo a AFP.

Os milicianos estavam preparados para o pior, incluindo sabotagens e a explosão do porto pelas forças do regime de Gaddafi, segundo explicaram à Agência Efe membros da equipe de estabilização, que deram a entender que têm mais capacidade de enfrentar a situação do que haviam previsto.

REBELDES CONTROLAM AEROPORTO

Os rebeldes líbios anunciaram neste sábado controlar todo o Aeroporto Internacional de Trípoli, mas admitiram a existência de combatentes leais ao ditador Muammar Gaddafi na área, que dispararam na sexta-feira (26) foguetes que destruíram três aviões civis na pista de pouso.

Trípoli sofre com falta d"água e de energia neste sábado enquanto os rebeldes passaram a controlar a maior parte da capital da Líbia e ainda lutam por cidades que continuam nas mãos das forças do ditador Muammar Gaddafi.

"Controlamos totalmente o aeroporto. Restam poucos focos de resistência na zona de Qafr ben Ghirshir", a dois quilômetros de distância, disse Bashir al Taibi, líder dos rebeldes que afirmam controlar os terminais aéreos --área alvo de intensas disputas nos últimos dias.

INDÍCIOS DE MASSACRES

Os corpos de cerca de 53 pessoas foram encontrados em um galpão na capital líbia, Trípoli, depois de terem sido aparentemente executadas no início desta semana, afirmou o canal de televisão britânico Sky News neste sábado.

O correspondente da emissora, Stuart Ramsay, afirmou que contou os corpos em um galpão destruído no sul de Trípoli e estimou a as vítimas em 53.

"É a cena de um assassinato em massa", disse o jornalista.

Ramsay citou testemunhas ao afirma que 150 pessoas foram mortas no local em 23 e 24 de agosto enquanto forças rebeldes lutavam para tomar o controle da capital líbia das forças leais ao ditador Muammar Gaddafi.

Um morador local afirmou à Sky News que as vítimas eram civis em sua maioria e disse que elas foram mortas pelas forças de Gaddafi.

Na quinta-feira, um membro britânico de equipe de socorro médico afirmou que um hospital de Trípoli recebeu os corpos de 17 civis que podem ter sido executados por forças do governo em uma instalação de Gaddafi na capital.

SAQUES

Um conjunto de casas de luxo no centro de Trípoli cujo chão estava repleto de objetos revistados e fotos privadas de Muammar Gaddafi é o mais recente vestígio de seu governo a ser saqueado por multidões enfurecidas.

O complexo na luxuosa área de Gargur foi bombardeado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o que aliados de Gaddafi afirmaram ser uma tentativa de matar seu líder.

Agora os portões de ferro do local estão quebrados e abertos. A casa, que já teve o nível máximo de proteção, fora abandonada e saqueada quando a Reuters a visitou neste sábado (27).

Retratos emoldurados de Gaddafi, quebrados e manchados, se espalhavam pelo gramado em frente ao prédio principal.

Moradores locais disseram que multidões invadiram o complexo após Trípoli cair nas mãos dos rebeldes nesta semana.

"Algumas pessoas vieram aqui e fizeram isso", disse o morador de Gargur Moussa Zintani, de 37 anos, que trabalha no mercado imobiliário. "Foi uma explosão enorme. Estilhaços voaram por toda parte", disse a respeito do ataque da Otan.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/78086/visualizar/