MC Incorporação firmou contratos com pelo menos quatro órgãos públicos. Operação Miqueias investigou empresa, suspeita de lavagem de dinheiro.
Empresa investigada em ação da PF tem contratos com governo
De acordo com o Portal da Transparência, os contratos foram firmados com Exército, Marinha, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília e Ministério do Desenvolvimento Agrário.
A Operação Miqueias, realizada no mês passado pela PF, investigou o desvio de dinheiro de fundos de pensão de municípios e levou à prisão pelo menos 23 pessoas em nove estados.
Relatórios da Policia Federal indicam que a MC Incorporação e Consultoria, não funciona no endereço de seu cadastro. Segundo a investigação, há "fortes indícios" de que é uma empresa fantasma, usada pela quadrilha para lavar dinheiro.
Entre julho de 2011 e março de 2012, a empresa movimentou mais de R$ 120 milhões, volume considerado "assombroso" pela Policia Federal.
De acordo com a apuração da PF, a MC recebia grandes quantias de outras empresas em valores que seriam sacados em espécie, na boca do caixa.
Pelo contrato social, a empresa está habilitada a prestar serviços de construção a consultoria na área de informática, passando por locação de carros e segurança privada.
No ano passado, a MC recebeu cerca de R$ 2,3 milhões do Exército, da Marinha e do Instituto Federal de Brasília. Neste ano, tem um contrato ainda em vigor com o Ministério de Desenvolvimento Agrário, que prevê o pagamento de mais de R$ 1 milhão para manutenção de imóveis.
Em depoimento à Polícia Federal, os sócios da MC disseram que, na verdade, são “testas-de-ferro” de Carlos Eduardo Marzola, que está foragido e é apontado como o chefe de um dos núcleos de lavagem de dinheiro da quadrilha.
O que dizem os órgãos públicos
O comando do Exército não forneceu detalhes do contrato. Afirmou somente que a empresa investigada cumpriu todas as exigências legais no momento da contratação.
A Marinha informou que, no ano passado, a MC foi contratada, por meio de licitação, para prestar serviços de demolição e de reforma em banheiros e que, na época, não havia qualquer restrição à empresa.
De acordo com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília, a empresa prestou serviços de reforma e de manutenção predial.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário também confirmou que contratou a MC para serviços de manutenção preventiva e de pintura.
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