O babalorixá agredido tem 33 anos e prefere não se identificar. Ele registrou ocorrência contra os os guardas municipais na 10ª Delegacia, no bairro de Pau da Lima, em Salvador, e fez exame de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT).
Segundo o pai de santo, ele foi ao banheiro da estação de transbordo na companhia de um amigo. O babalorixá conta que cerca de oito pessoas estavam no local e que, quando já estava usando o sanitário, ouviu os guardas falando com ele e batendo na porta.
“Só ouvi uma palavra de cima: ‘bora bora bora, aqui não é lugar disso". Eu estava no vaso, eles [os guardas municipais] estavam batendo na porta e me forçaram a abrir a porta”, relata.
A vítima contou que um dos suspeitos da agressão perguntou o que ele estava fazendo dentro do banheiro e se ele era gay. “Eu tive que mostrar a ele que eu estava com a roupa abaixo da cintura para ele ver que eu estava no sanitário, mas ele não me respeitou. Perguntou quem eu era e se eu era veado. Eu disse a ele que eu sou e foi a hora que eu fiquei de costas e ele me agrediu com palavra e com porrada”, conta.
De acordo com o pai de santo, ele foi agredido nas costas e só não apanhou no rosto porque usou a mão para se proteger das agressões. “Eles me jogaram para fora do banheiro e todo mundo me viu praticamente nu, vestindo a roupa do lado de fora. Todos que passam por isso que eu passei, eu acho que tem procurar o seu direito para que [os agressores] não fiquem impunes”, finaliza.
O G1 entrou em contato com o Serviço de Investigação (SI) da 10ª Delegacia, que informou não haver registro de nenhuma ocorrência referente a agressão na Estação Pirajá entre os dias 21 e 22 de agosto. Nenhum representante da assessoria de comunicação da Guarda Municipal foi encontrado para falar sobre o assunto na tarde desta sexta-feira (26). Em contato com órgão, o G1 foi informado que o expediente desta sexta, no departamento de Comunicação, foi encerrado às 14h.
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