Classe C e região Nordeste impulsionam venda de câmeras digitais no Brasil
O aumento do consumo entre brasileiros pertencentes à classe C e o sucesso de vendas na região Nordeste fazem com que as fabricantes de câmeras digitais tenham boas perspectivas para pelo menos os próximos cinco anos no Brasil, segundo executivos ouvidos pelo R7. Atualmente, o Brasil tem 38 marcas e 430 modelos.
Um estudo apresentado pela empresa Gfk durante o evento PhotoImage Brazil, que aconteceu na semana passada em São Paulo e reuniu as principais companhias do setor de foto e vídeo, mostra que o volume de venda desse tipo de produto deve crescer 17% em 2011 em relação a 2010 – totalizando 5,1 milhões de aparelhos no Brasil, contra uma estimativa de crescimento de 4% para o mercado mundial e total de 144 milhões de câmeras. A região Nordeste é a que aparece com o maior índice de crescimento entre 2010 e 2011.
Thiago Onorato, gerente de produtos de digital image na Sony Brasil, empresa que tem 50% de participação, em faturamento, do mercado brasileiro de câmeras digitais, diz que a companhia bateu recordes de venda em 2010 da linha de câmeras Cybershot.
- Essa nova classe média é o segmento de consumo que vai impulsionar o mercado no Brasil. A região Nordeste, de uma forma geral, vem passando por um processo natural de crescimento maior do que as outras regiões. Esse crescimento se dá ainda em produtos de entrada [mais baratos]. Para estimular a compra de produtos intermediários, com mais qualidade, estamos fazendo parcerias fortes com revendas locais.
Fazem parte da estratégia, promoções, melhora da exposição das máquinas fotográficas nos pontos de venda e treinamento de vendedores.
O objetivo das principais marcas é reforçar a qualidade da linha de máquinas de lente fixa, menores e as mais baratas do mercado, já que elas representaram 98,6% do total de vendas desse tipo de aparelho no primeiro semestre deste ano. Esses aparelhos ganham melhores recursos e lentes mais potentes.
Entre 2010 e os seis primeiros meses de 2011, as câmeras semiprofissionais passaram de 0,1% do volume total de vendas no Brasil, para 0,6%.
A Nikon, famosa por suas câmeras superpotentes, há quatro meses inaugurou no país sua primeira subsidiária na América do Sul.
Segundo Joel Garbi, gerente geral de marketing e vendas da Nikon, a empresa pretende fechar este ano com 2.000 pontos de venda no Brasil e investe na produção local para reforçar suas vendas nos três segmentos de câmeras digitais.
- O mercado brasileiro é bastante jovem e tem muito a ser desenvolvido. As câmeras compactas devem continuar vendendo muito bem, pelo menos por mais cincos anos. A nossa linha de produção local deve atender a todo tipo de consumidor, desde o iniciante ao mais avançado e a fabricação nacional faz com que as máquinas cheguem cerca de 30% mais baratas ao consumidor final.
Smartphones x câmeras digitais
O levantamento da Gfk revela que a popularização dos smartphones com câmeras embutidas não impede a expansão da venda de máquinas fotográficas digitais. Garbi analisa a situação da mesma forma.
- Geralmente o celular é uma porta de entrada para que não está habituado a fotografar. As pessoas começam com o celular e depois passam para as câmeras, que têm mais recursos.
Na comparação dos resultados do ano passado com a projeção para 2011, o maior crescimento de vendas de celulares com câmeras deve acontecer na categoria dos aparelhos que têm câmeras com resolução entre 1,5 e 3,5 megapixels.
Já em relação às máquinas fotográficas, a maior expansão deve acontecer na faixa dos equipamentos que têm mais de 14 megapixels.
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