Daniel Iliescu rebate críticas de que entidade está alinhada ao governo e diz que luta "365 dias por ano" pelos estudantes daqui
Presidente da UNE discursa em passeata estudantil no Chile
O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, discursou na tarde desta quinta-feira para centenas de pessoas em uma passeata pela Avenida Libertador Bernardo O"Higgins, uma das principais de Santiago, no Chile. "Fomos super bem recebidos. Dissemos que existe apoio no Brasil aos estudantes, que eles não estão sozinhos", afirmou Iliescu.
Iliescu chegou ao país na noite de quarta-feira e, logo cedo, já participou da agenda de protestos pela educação pública no País. As manifestações começaram há cerca de três meses e contam com o apoio da maioria da população.
O presidente da UNE conta que, em um trecho da avenida durante a passeata, a líder dos estudantes, Camila Vallejo, subiu em um muro e o chamou para ficar ao seu lado. "Eram dezenas de milhares de pessoas, ela discursou com um megafone, e é incrível como ela domina o pessoal. Eu subi e também falei, dei palavra de apoio."
Embora Brasil e Chile tenham hoje diferentes cenários no ensino superior, para Iliescu os dois países já passaram por uma ditadura e têm muitas afinidades também na áerea da educação. Assim como no Chile, diz Iliescu, o Brasil também tem a maioria das vagas no ensino superior concentrada nas universidades privadas.
ALINHADO COM O GOVERNO
Iliescu rebate os críticos que acusam a UNE de estar alinhada ao governo federal e pouco se importar com as reivindicações dos estudantes daqui. "São 365 dias por ano, 364 estou no Brasil e lutando", afirmou. Ele afirmou estar ciente dos problemas da expansão das universidades federais, que resultaram na falta de estrutura para receber alunos: falta de moradia para estudantes, ausência de bibliotecas, laboratórios e até obras foram abandonadas.
"Estou em contato agora com os companheiros (da UNE) da Federal de Santa Catarina, que acabaram de ocupar a reitoria para reinvidicar mais moradia", diz. Não seria mais fácil bater à porta do MEC? "A gente já colocou para o Haddad (Fernando Haddad, ministro da Educação) nossas reivindicações e nossa insatisfação com os risco desses avanços (da expansão das federais)".
Uma das bandeiras mais marcantes da UNE, hoje, é pedir 10% do PIB e 50% do fundo social do pré-sal para a Educação. No dia 31, a entidade agendou uma passeata em Brasília. A UNE convidou Camila Vallejo para participar e dar apoio às reivindicações dos jovens brasileiros no ensino superior. Ela ainda não confirmou com certeza se vem.
"Daniel falou muito bem aqui", elogiou a musa dos estudantes chilenos. "Ele foi muito aplaudido.
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