Produtor cultural cuiabano Pablo Capilé recebe premiação pelo projeto "Circuito Fora do Eixo"
Artista de MT é destaque ao ganhar prêmio nacional
O produtor cultural independente e cuiabano Pablo Santiago Capilé, 31, está entre os 14 ganhadores do prêmio nacional Transformadores de 2011, criado pela revista Trip. Até o momento, nenhum mato-grossense havia sido selecionado.
Conforme a revista, o objetivo é homenagear personalidades de diversos ramos que fazem, de forma sutil ou mais elaborada, transformações no universo ao seu redor. Para a Trip, são "brasileiros que trabalham para recriar a noção de desenvolvimento humano, transformando a realidade em felicidade, em um bem comum, de acesso a todos".
Entre os selecionados deste ano, além de Capilé, estão o cientista Miguel Nicolelis; o filho do pintor Cândido Portinari, João Cândido Portinari; o deputado federal Jean Wyllys; e, in memorian, o casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, ambos assassinados no Pará e considerados "sucessores" de Chico Mendes.
Criado em 2007, o prêmio já prestou homenagens a craques do futebol, como Romário e Raí, o ator Marcos Palmeiras, o cineasta Fernando Meirelles, o artista plástico Vik Muniz e personalidades religiosas como a Monja Coen.
Neste ano, Mato Grosso será representado por Capilé, devido à criação do Circuito Fora do Eixo, sistema que integra diversos estados e produz shows, festas e festivais de música, integrado com outras artes. Nacionalmente, é uma média de 13 eventos culturais por dia em 112 cidades de 25 estados brasileiros. Em 2010, foram 5 mil shows.
A noite de premiação será no dia 26 de outubro, em São Paulo.
Confira a íntegra do perfil traçado pela Revista Trip a Pablo Capilé:
Cultura nos eixos
Em tempos de ameaça de calote por parte dos Estados Unidos, atentados na Noruega e desemprego brutal na Europa, nem surpreende que o modelo de organização social do século 21 esteja nascendo no Brasil, pelas mãos de um grupo de jovens liderado por um mato-grossense.
Organizado em rede de forma totalmente cooperativa, sem hierarquia e sem depender de rádios ou de qualquer coisa que remeta à indústria musical tradicional, o Circuito Fora do Eixo hoje produz em média 13 eventos culturais por dia em 112 cidades de 25 estados brasileiros. Em 2010, foram 5 mil shows. À frente dessa efervescência está o produtor cultural independente Pablo Santiago Capilé, 31 anos, de Cuiabá (MT).
Formado em comunicação, Capilé desde sempre escolheu caminhos alternativos. Na década passada, quando as dívidas ameaçavam o coletivo Cubo Mágico, fundado com amigos para promover eventos culturais, decidiu rolar o débito entre os artistas, criando uma moeda própria, o Cubo Card. O sucesso da iniciativa alimentou sonhos mais ambiciosos, que originaram o Fora do Eixo.
Criado com outros três coletivos de Londrina (PR), Uberlândia (MG) e Rio Branco (AC), esse coletivo dos coletivos constitui hoje uma rede nacional de pessoas envolvidas com a produção cultural: músicos, fotógrafos, técnicos de som e imagem, cenógrafos e tudo quanto é tipo de profissional. Mas a cooperação não é sinônimo de bagunça.
O Fora do Eixo possui carta de princípios, regimento interno e organograma, além de uma recém-inaugurada sede em São Paulo, justamente a capital do eixo que o coletivo quer transformar.
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