"Era uma tragédia anunciada. O perfil dele já era de um homem agressivo e violento", disse a promotora Ana Lara Camargo de Castro.
A mulher e a vítima tinham sido casados por 15 anos mas estavam separados há dois anos, de acordo com a promotora de justiça Ana Lara Camargo de Castro. No período em que conviveram juntos, a mulher era vítima de constantes agressões físicas e verbais.
Mesmo depois de se afastar do ex-marido, ela continuava a receber ameaças. Foram registrados os boletins de ocorrência contra ele. Em alguns casos, chamada pela Justiça para saber se a denúncia deveria ser transformada em processo, a vítima não quis dar continuidade ao caso, sendo extinto, segundo a promotora.
Em janeiro deste ano, a mulher denunciou novamente o agressor à 48ª Promotoria de Justiça, que cuida de casos de violência doméstica em Campo Grande, depois que seu carro foi incendiado e o suspeito era o ex-marido.
Promotora diz que morte era tragédia anunciada
(Foto: Fernando da Mata / G1 MS)
O homem ficou preso preventivamente a pedido da promotoria mas, no dia 7 de fevereiro, teve a prisão revogada. A Justiça considerou que, por ter ficado quase um mês detido, já teria cumprido o equivalente na pena mínima prevista no artigo 147 do Código Penal (ameaça) a que ele respondia. O despacho não cita o incêndio denunciado pela mulher.
O Ministério Público Estadual entrou com recurso e o judiciário acatou. Desde fevereiro, ele era considerado foragido. Na segunda-feira (22) foi até o lava-jato da ex-mulher, onde morreu com pelo menos dois tiros.
Em São Paulo, Edvaldo era réu em processo por homicídio contra sua ex-esposa. Ele foi julgado no fim do ano passado, mas como o crime prescreveu, ficou isento de cumprir pena.
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