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Nacional
Terça - 23 de Agosto de 2011 às 14:32

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"Aceitei o honroso convite para chefiar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com a consciência da responsabilidade que me caberá.

Cumpro um dever político e encaro esta tarefa como uma oportunidade extraordinária de colocar minha experiência de vida a serviço do meu país.

Não esperem de mim, pois, hoje, neste discurso de posse, um programa de governo com metas e planos detalhados, concebidos em três dias desde minha indicação. Não seria verdadeiro. Nem conseqüente, embora os números nesta área sejam conhecidos pela sua relevância.

Existe, sim, o programa de governo que conheço, que acompanhei e defendi desde a campanha eleitoral, como deputado do PMDB e como líder do governo no congresso nacional. Estarei agora, com a responsabilidade do cargo, voltado para atingir as metas estabelecidas em sintonia com a Presidenta. Vou buscar a melhor equipe disponível para esta tarefa, os mais qualificados, com a determinação de fazer o melhor para o Brasil e os brasileiros. Isto eu posso garantir.

Tenho consciência de que os desafios são imensos.

A busca por mais recursos para o preço mínimo, para o seguro agrícola e a defesa sanitária são desafios permanentes que assumo a partir de agora.

Precisamos viabilizar um seguro agrícola que garanta a renda do produtor. É necessário ter competência e coragem para buscar, todos os dias, agregar valor à cadeia produtiva. Este é um discurso que conhecemos.

A produção de genéricos com preços competitivos e com qualidade também está na pauta, isto já dizia o Presidente Lula.

Ressalto ainda, Presidenta, o plano safra de mais de 107 bilhões de reais, que demonstra a priorização do setor no seu governo.

Vou lutar, em parceria com a Frente Parlamentar da Agropecuária, por mais dinheiro ainda para a agricultura.

Precisamos garantir a renda do produtor.

Para encontrar os caminhos, é preciso ouvir e dialogar. Ouvir e dialogar, repito, para a construção das decisões corretas. Essa é a tarefa por excelência do político. Fiz toda minha vida como político e me orgulho de poder dizer sim que sou um político. Em meio a tantas contradições sou, sim, um homem que apostou sua vida na boa política. Na política transformadora da realidade. Na política construtora de novas relações humanas e sociais. Na política em que o estado deve ser forte e próximo das pessoas.

Não desperdiçarei, portanto, esta grande oportunidade que vossa excelência, Presidenta Dilma, que me conhece, e é de extraordinário espírito público, me concede, de fazer valer esses princípios e me empenhar para dar um bom exemplo à posteridade, fazendo minha parte na construção do grande projeto de seu governo. Nosso governo.

Vejo a vida pública como uma missão sagrada à qual me dedico nos últimos 30 anos, com muita paixão e disponibilidade absoluta. Aprendi com meu pai, que foi homem público - como jornalista e deputado federal -, que a atividade política não se faz sem o rigoroso respeito ao interesse público.

Tenho trabalhado para que a política seja uma atividade e um compromisso de todos, de eleitores e eleitos, pois assim estará um dia depurada de suas contradições, potencializando seu poder transformador da sociedade.

Assumo, Presidenta Dilma, aqui neste ato solene, dois compromissos:

O primeiro, já referido: ouvir, dialogar. Essa é minha história. E é por isso, meus colegas que aqui falo com tanto carinho, que cheguei aqui. E é assim que pretendo marcar minha passagem no governo. Diálogo com todos, com todos os ministérios envolvidos, em todos os escalões, em todas as esferas sociais, no comando de uma pasta que recebe as demandas, os interesses e os projetos dos mais diversos segmentos da sociedade.

Segundo: compreender que o sucesso extraordinário da agricultura brasileira vem de longe e vem de muitos. 

Sendo assim, assumo com humildade a continuidade de políticas que ao longo dos últimos anos vem construindo um caso de sucesso. Saber que milhões de brasileiros nos últimos anos construíram uma das mais incríveis páginas de sucesso tecnológico, produtivo e comercial – a história da agricultura no brasil. Reconhecer que, em homenagem ao esforço dos produtores e agricultores brasileiros, grandes e pequenos, não posso chegar ao ministério com a obrigação, tão falsa quanto antiga, de querer mudar o que não precisa. Guardarei as mudanças para o que for necessário sim. E chegarei ao necessário, pela orientação da Presidência da República e pela convicção construída através do diálogo.

 Estou, portanto, dizendo que esse será um ministério inspirado no exemplo diário de milhões de agricultores e produtores, que sabem que a vida e as decisões passam por ciclos. A colheita de amanhã depende da extraordinária capacidade de persistir todos os dias em preparar a terra, semear o grão, regar, cuidar, observar. Em suma, assim será também meu trabalho, inspirado na natureza, que é generosa, mas exige respeito.

Os desafios são continentais. Venho de um estado cuja força econômica sempre esteve ligada à produção primária. Minhas bases políticas estão fortemente vinculadas às regiões agrícolas. Conheço essa realidade e as dificuldades que enfrentam os que vivem da terra, sejam eles pequenos, médios ou grandes.

Tenho o privilégio de exercer o quinto mandato como deputado federal, depois de passar pela câmara de vereadores e assembleia legislativa. As minhas experiências administrativas me permitem dizer que eu conheço bem o serviço público e a realidade desse imenso brasil.

Acredito na valorização do servidor e no conhecimento técnico. É preciso caminhar junto com os que sabem fazer. Acredito na gestão pública com qualidade e eficiência.

Servidores, contem com a parceria na busca do melhor para o setor.

A política me ensinou que nem sempre o tempo da sociedade é o mesmo do governo. Isso precisa ser ajustado e esta será a minha grande missão no ministério: ajustar o compasso entre as necessidades e a ação governamental.

As modernas e bem sucedidas práticas de gestão no mundo já descobriram a necessária coligação entre a gestão e a política. No setor público, elas precisam andar juntas. Só gestão, sem proteção política, implica no emperramento e no resultado zero. E a política, sem gestão, implica desperdício e mau resultado.

Senhoras e senhores:

Gostaria de aproveitar esta oportunidadepara agradecer à Presidente Dilma Rousseff, por acreditar que estou à altura deste desafio. Ao Vice-presidente da República, meu amigo, que tantas oportunidades me deu ao longo da carreira, e ao presidente do meu partido, senador Valdir Raupp, pela honrosa indicação. Minha estima a toda a bancada do meu partido, além dos líderes do PMDB na Câmara.

Continuarei sendo o mesmo Mendes Ribeiro. Já provei que não mudo. Sou a favor da fila, quando estou no começo dela e quando estou no fim, de usar a caneta com cuidado, de ser democrata no poder e fora dele. Não poderia deixar de agradecer ao meu antecessor, ministro Wagner Rossi, pelo trabalho até aqui feito. Pela gentileza de me colocar todos os elementos necessários para avaliar o ministério e me dizer, com aquele jeito peculiar, que devo fazer o que tiver que ser feito: “eu fiz o que pude”. Obrigado Wagner Rossi.

E por último agradeço a Marco Maia e aos meus amigos presentes, aos deputados do Rio Grande. Quero fazer uma homenagem ao meu estado, que me deu a delegação de representá-lo em tantos mandatos. À vida, que é um desafio. Há seis anos estava no hospital operando um tumor na cabeça. Hoje estou aqui assumindo o ministério. Sabem por quê? Porque Deus existe.






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