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Para dar visibilidade ao movimento grevista, categoria teve de comparecer a unidades, após determinação da Justiça que poderia esvaziar ato
Manifestantes percorrem sete hospitais
PEDRO ALVES
Sindicatos dos trabalhadores vão recorrer da liminar que determinou 75% de profissionais nas UTIs e centros cirúrgicos,
Os Sindicatos dos Profissionais da Enfermagem (Sinpen) e Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Sessamt) foram obrigados a mudar a estratégia de mobilização dos técnicos, auxiliares e enfermeiros ontem, quando deflagram o movimento grevista, por tempo indeterminado, após três tentativas de acordo intermediadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Ao invés de manter um ponto fixo de mobilização para dar visibilidade ao movimento, os trabalhadores tiveram de percorrer os hospitais Jardim Cuiabá, Santa Casa, Santa Rosa, Hospital Geral Universitário, Femina, São Matheus e Hospital do Câncer para fizer manifestações de porta em porta com faixas de protestos e gritos de palavras de ordem. À tarde, repetiriam o trajeto.
A mudança da estratégia ocorreu devido à liminar solicitada pelo Sindicato dos Hospitais Particulares de Mato Grosso (Sindessmat) e deferida pelo desembargador federal do Trabalho, Roberto Benatar, que estava de plantão na noite de sexta-feira. A ordem judicial proibiu a paralisação de 75% dos profissionais que atuam na UTI e Centros Cirúrgicos, 50%, no Pronto-Atendimento, 30%, nos demais setores e, ainda obrigou a presença de no mínimo dois trabalhadores por posto de enfermagem.
“Estamos respeitando a liminar, mas estamos criando formas para dar visibilidade ao movimento. Com a manifestação móvel conseguimos manter um bom volume de trabalhadores”, garantiu o presidente do Sinpen, Djamir Soares. “A medida da Justiça do Trabalho não colabora em nada com a luta do trabalhador. Parece uma piada de mal gosto, caso a liminar seja desrespeitada, a multa aplicada ao sindicato vai paro o Fundo de Amparo do Trabalhador [FAT]. O amparo que precisamos é agora para melhorar os salários da categoria”, reclamou. “Vamos ingressar com uma ação para derrubar essa medida”, completou a presidente do Sessamt, Kátia Sampaio.
Segundo o assessor jurídico dos sindicatos de trabalhadores, Rodolfo Fernando Borges, a decisão apresenta um ponto positivo que é reconhecer a legalidade da greve, mas na opinião dele é equivocada. “Até entendemos limitar o número de grevistas da UTI, mas nos Centros Cirúrgicos não há motivo, são procedimentos eletivos”, explicou. “Vamos agravar a liminar [recorrer] e solicitarmos uma audiência com o vice-presidente do TRT, desembargador Tarcisio Valente, que estava acompanhando a negociação. Temos certeza de que a liminar será derrubada”, adiantou o advogado.
No Estado, atuam 19 mil profissionais de enfermagem, sendo 15 mil no setor privado. Desse total, 8 mil trabalham na Grande Cuiabá. Os enfermeiros têm hoje piso de R$ 1.550, auxiliares recebem R$ 610, e técnicos, R$ 700, para uma jornada de 12h por 36 horas. Um deles é o enfermeiro Manoel Luiz de Arruda, 41, há 22 anos na profissão, casado com uma enfermeira. Com quatro filhos o casal precisa se desdobrar para manter as contas sobre controles.
“Eu tenho três empregos para conseguir complementar a renda e mesmo assim não podemos sair da linha para não entrarmos no vermelho”, contou. “O problema maior é o convívio com a família, o tempo que está em casa é para dormir, ficamos sem tempo e dinheiro para o lazer”, reclamou a esposa, Andréia Stropa, há 7 anos na profissão.
NEGOCIAÇÃO - Segundo Djamir Soares está pré-acordado com os patrões o reajuste de 5% para os profissionais que recebem acima do piso, adicional de insalubridade de R$ 560 e reajuste de 9% para enfermeiros e auxiliares. O impasse está no índice de reajuste para os técnicos, a grande parcela da classe trabalhadora. “Já flexibilizamos a negociação de 22% de reajuste para 10%, mas o sindicato patronal não aceita índice maior do que 8%”, citou Soares.
Por meio de assessoria, o sindicato patronal afirmou que nunca se fechou às negociações com os trabalhadores. “No início oferecemos 4% de reajuste e, conforme as dificuldades eram colocadas, os associados propuseram 8%”. Mas que recorreu à Justiça “no intuito de preservar o atendimento aos pacientes e à população que usa os serviços da rede privada”. Afirmou ainda que “tem buscado formas de atender os sindicatos [dos trabalhadores] dentro das possibilidades dos hospitais privados”.
Ao invés de manter um ponto fixo de mobilização para dar visibilidade ao movimento, os trabalhadores tiveram de percorrer os hospitais Jardim Cuiabá, Santa Casa, Santa Rosa, Hospital Geral Universitário, Femina, São Matheus e Hospital do Câncer para fizer manifestações de porta em porta com faixas de protestos e gritos de palavras de ordem. À tarde, repetiriam o trajeto.
A mudança da estratégia ocorreu devido à liminar solicitada pelo Sindicato dos Hospitais Particulares de Mato Grosso (Sindessmat) e deferida pelo desembargador federal do Trabalho, Roberto Benatar, que estava de plantão na noite de sexta-feira. A ordem judicial proibiu a paralisação de 75% dos profissionais que atuam na UTI e Centros Cirúrgicos, 50%, no Pronto-Atendimento, 30%, nos demais setores e, ainda obrigou a presença de no mínimo dois trabalhadores por posto de enfermagem.
“Estamos respeitando a liminar, mas estamos criando formas para dar visibilidade ao movimento. Com a manifestação móvel conseguimos manter um bom volume de trabalhadores”, garantiu o presidente do Sinpen, Djamir Soares. “A medida da Justiça do Trabalho não colabora em nada com a luta do trabalhador. Parece uma piada de mal gosto, caso a liminar seja desrespeitada, a multa aplicada ao sindicato vai paro o Fundo de Amparo do Trabalhador [FAT]. O amparo que precisamos é agora para melhorar os salários da categoria”, reclamou. “Vamos ingressar com uma ação para derrubar essa medida”, completou a presidente do Sessamt, Kátia Sampaio.
Segundo o assessor jurídico dos sindicatos de trabalhadores, Rodolfo Fernando Borges, a decisão apresenta um ponto positivo que é reconhecer a legalidade da greve, mas na opinião dele é equivocada. “Até entendemos limitar o número de grevistas da UTI, mas nos Centros Cirúrgicos não há motivo, são procedimentos eletivos”, explicou. “Vamos agravar a liminar [recorrer] e solicitarmos uma audiência com o vice-presidente do TRT, desembargador Tarcisio Valente, que estava acompanhando a negociação. Temos certeza de que a liminar será derrubada”, adiantou o advogado.
No Estado, atuam 19 mil profissionais de enfermagem, sendo 15 mil no setor privado. Desse total, 8 mil trabalham na Grande Cuiabá. Os enfermeiros têm hoje piso de R$ 1.550, auxiliares recebem R$ 610, e técnicos, R$ 700, para uma jornada de 12h por 36 horas. Um deles é o enfermeiro Manoel Luiz de Arruda, 41, há 22 anos na profissão, casado com uma enfermeira. Com quatro filhos o casal precisa se desdobrar para manter as contas sobre controles.
“Eu tenho três empregos para conseguir complementar a renda e mesmo assim não podemos sair da linha para não entrarmos no vermelho”, contou. “O problema maior é o convívio com a família, o tempo que está em casa é para dormir, ficamos sem tempo e dinheiro para o lazer”, reclamou a esposa, Andréia Stropa, há 7 anos na profissão.
NEGOCIAÇÃO - Segundo Djamir Soares está pré-acordado com os patrões o reajuste de 5% para os profissionais que recebem acima do piso, adicional de insalubridade de R$ 560 e reajuste de 9% para enfermeiros e auxiliares. O impasse está no índice de reajuste para os técnicos, a grande parcela da classe trabalhadora. “Já flexibilizamos a negociação de 22% de reajuste para 10%, mas o sindicato patronal não aceita índice maior do que 8%”, citou Soares.
Por meio de assessoria, o sindicato patronal afirmou que nunca se fechou às negociações com os trabalhadores. “No início oferecemos 4% de reajuste e, conforme as dificuldades eram colocadas, os associados propuseram 8%”. Mas que recorreu à Justiça “no intuito de preservar o atendimento aos pacientes e à população que usa os serviços da rede privada”. Afirmou ainda que “tem buscado formas de atender os sindicatos [dos trabalhadores] dentro das possibilidades dos hospitais privados”.
Fonte:
Do DC
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/78733/visualizar/
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