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Polícia Brasil
Sábado - 20 de Agosto de 2011 às 12:13
Por: Ricardo Albuquerque

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Um policial civil morreu e outro levou dois tiros na perna esquerda após intensa troca de tiros com traficantes da favela Boa Esperança, na Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, por volta das 20h de sexta-feira. O sobrevivente disse que entrou na comunidade por engano, ao tentar evitar um engarrafamento na avenida Brasil.

Evandro Carlos Mendez, 33 anos, policial lotado no Instituto Médico Legal (IML), dirigia a Pajero de sua propriedade na Linha Amarela quando acessou a Linha Vermelha para evitar o engarrafamento da avenida Brasil. O outro policial, Wálter Cardoso, lotado na Academia Estadual de Polícia Silvio Terra (Acadepol), estava no banco do carona.

Mendez disse que errou o caminho ao fazer o retorno e entrou na comunidade. Segundo ele, os traficantes armados dispararam contra o veículo. Os policiais revidaram. Mesmo atingido por dois tiros de pistola na perna esquerda, Evandro dirigiu até o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, na zona norte. Com tiros no peito e cabeça, Wálter morreu a caminho do hospital.

Os três suspeitos de participar do confronto estão internados sob custódia da Polícia Militar no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB). Víctor Souza dos Reis, 28 anos, e Gladson Alves dos Santos, 20 anos, levaram tiros no peito e permanecem internados em estado grave. Já Matheus Nascimento da Silva, 18 anos, levou um tiro no braço.

O trio foi levado por comparsas para a unidade de pronto-atendimento (UPA) de Bonsucesso, mas não houve atendimento. Os três foram levados de ambulância para o HFB, onde policiais do 22º BPM (Maré) deram voz de prisão. Após a morte do policial, a Divisão de Homicídios informou que assumiu as investigações.

Revolta
A mãe do policial civil Evandro Carlos Mendez disse que está saturada do Rio de Janeiro e criticou a falta de sinalização do lugar. "Se não fosse pelos meus filhos, eu não estaria mais morando no Rio. Iria para um lugar mais sossegado. Hoje um amigo dele perdeu a vida, como fica a família? É doloroso demais. Devia haver mais placas de sinalização, orientando sobre os locais perigosos", disse a mulher, que preferiu não se identificar.

Policial há 12 anos, Mendez está lotado no IML, onde colabora com a investigação de várias delegacias. Sua mulher, grávida de três meses, levou um susto quando soube do confronto. "Minha cunhada está assustada. Também não é para menos. Acho ridículo o pessoal pensar em Olimpíadas e Copa do Mundo e não mostrarem preocupação com a segurança. Meu irmão, devido ao engarrafamento, pegou o retorno e se deparou com os vagabundos fortemente armados", desabafou o irmão da vítima.






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