Acumulado em 12 meses até agosto deste ano é de 7,10%; em 2003, indicador havia registrado avanço de 15,17%
IPCA-15 anualizado até agosto é o maior em oito anos
A inflação acumulada em 12 meses até agosto pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) é a maior em oito anos. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (IBGE), no período de um ano, até agosto, a variação de preços no País foi de 7,10%. A maior variação acumulada neste mesmo intervalo havia sido registrada em 2003, quando o IPCA-15 teve avanço de 15,17% pelo critério anualizado.
Com alta de 0,92% em agosto, o item refeição em restaurante foi o principal impacto individual no IPCA-15) do mês, que subiu 0,27% contra 0,10% em julho. Segundo o IBGE, refeição em restaurante exerceu influência positiva de 0,04 ponto porcentual no indicador mensal.
O instituto informou ainda que os preços no grupo alimentação e bebidas voltaram a subir, com alta de 0,21% em agosto, contra queda de 0,39% em julho. Contribuíram para este resultado o fim da queda de preços em vários alimentos, de julho para agosto, como feijão carioca (de -0,73% para 1,21%), arroz (de -1,29% para 0,34%) e carnes (de -1,50% para 0,52%).
Na avaliação da consultoria LCA, o grupo Alimentação e Bebidas deixou para trás o período de deflação que vinha sendo observado desde o IPCA fechado de junho. Especificamente entre o IPCA-15 de julho e o de agosto o grupo passou de -0,39% para +021%, pois foram vistas altas em arroz, feijão, açúcares e derivados, frutas, carnes, pescados, aves e ovos, e em leites e derivados.
Com isso, a consultoria avalia que o IPCA fechado de agosto deve fechar com alta de 0,37%. Se essa projeção se confirmar, será a maior alta para o mês em quatro anos. Em 2007 o IPCA para o mês ficou em 0,47%. Nos três anos seguintes, 2008, 2009 e 2010, o indicador marcou altas de 0,28%, 0,15% e 0,04%.
"Esperamos que no IPCA fechado de agosto o grupo Alimentação e Bebidas intensifique este movimento de alta, como resposta defasada das altas dos preços agropecuários no atacado, que já apareceram na leitura do IGP-10/FGV de agosto", avalia a consultoria. "Outros grupos que intensificarão suas altas serão Artigos de Residência e Vestuário. Com isso, esperamos que o IPCA fechado de agosto fique em 0,37%", acrescenta a LCA.
Além dos alimentos, os produtos não alimentícios aumentaram 0,29%, acima da alta de julho (0,25%). Aluguel residencial puxou o indicador para cima: a alta de preços de aluguel acelerou de 0,46% de julho para 1,06% em agosto. Houve ainda aumentos de preços mais intensos em eletrodomésticos (de 0,61% para 1,27%), artigos de vestuário (de 0,15% para 0,68%) e tarifas de ônibus interestaduais (de 2,97% para 4,09%).
O IBGE informou ainda que os preços dos combustíveis pararam de cair no período (de -1,17% para 0,01%), apesar da menor intensidade de alta do etanol (de 1,79% para 1,54%). Isso porque a gasolina apresentou queda mais fraca de preços (de -1,49% para -0,17% ), de julho para agosto.
Nos dias 30 e 31 deste mês o Comitê de Política Monetária (Copom) define o rumo da taxa básica de juros da economia, atualmente em 12,50% ao ano. A meta de inflação oficial definida pela autoridade monetária para 2011 é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
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