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A intenção do Inep é "camuflar" a formação de rankings de desempenho de melhores e piores escolas no Enem. Como o exame não é obrigatório, uma escola pode escolher alguns dos seus melhores alunos para fazer a prova e, consequentemente, obter uma boa colocação no ranking. O desempenho separado pelo número de estudantes inscritos poderia reduzir este artifício, na visão do Inep.
"Apresentamos esta proposta ao ministro da Educação (Fernando Haddad), Queremos dificultar este ranqueamento. Somos contra esta prática. Este não é o objetivo do Enem", disse Malvina.
A presidente do Inep não quis detalhar como será esta configuração na divulgação das notas da última edição do Enem. O resultado estava previsto para ser anunciado em julho mas, por esta mudança no formato, será anunciado em setembro. "Queremos que cada escola tenha acesso à sua nota e saiba qual foi o seu perfil no exame. O Enem não foi criado para a formação de ranking e não deve ser usado como propaganda", disse a presidente do Inep em dabete sobre o exame promovido pelo Canal Futura e pela Editora Moderna nesta quinta-feira (18), em São Paulo. Também participaram do debate o educador Cesar Callegari, membro do Conselho Nacional de Educação, e Carlos Artexes Simões, professor do Cefet-Rio.
Cesar Callegari, Malvina Tuttman e Carlos Artexes fizeram debate sobre o Enem (Foto: Paulo Guilherme/G1)
Ela reforça que o exame deve ser um instrumento para induzir novas formas de se construir conhecimento. "O Enem deve medir o esforço que cada um fez no desenvolvimento do aluno e da escola. Não é para comparar a nota com a de outras escolas, mas que cada instituição veja onde pode melhorar", afirma. "Não tem o menor sentido se fazer propagandas do tipo "curso preparatório para o Enem"". Segundo ela, o resultado do Enem pode ser usado pelo bem ou pelo mal, ou seja, como instrumento de avaliação ou como propaganda de instituições privadas.
Malvina reforçou que o Enem é parte do projeto político pedagógico, e deve servir como um recorte para os caminhos que a educação brasileira está seguindo. Emocionada, Malvina chorou ao criticar quem vê elementos políticos no exame e torce "contra" ou "a favor" do Enem. "Ele não foi feito para o ministro ou para a presidente, mas para a criança que está nascendo agora e que vai ter direito a uma educação de melhor qualidade"
Candidatos vão poder ver correção da prova
Malvina Tuttman disse ainda que os candidatos que solicitarem poderão ter acesso à correção da prova do Enem 2011, que será aplicada nos dias 22 e 23 de outubro. Um acordo feito entre o Inep e o Ministério Público assinado semana passada vai garantir aos candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) o direito de ter acesso à correção (vistas) de provas a partir de 2012. A presidente do Inep, no entanto, disse que isto poderá valer já para esta edição.
A folha de respostas poderá ser acessada pela internet. Não há ainda um prazo para este material ser disponibilizado. "Primeiro vamos divulgar as notas dos candidatos, depois em um prazo possível podemos disponibilizar o acesso às provas", disse.
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