A Fundação Padre Anchieta, mantida pelo governo de São Paulo, pagou R$ 8,7 milhões a uma das empresas acusadas pelo Ministério Público Federal (MPF) de desvio de dinheiro de convênios de capacitação profissional no Amapá feitos pelo Ministério do Turismo. A Luaxe Produções Comerciais e Eventos, cujo dono foi preso na Operação Voucher, da Polícia Federal, é uma empresa de fachada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A fundação - que operou a TV Assembleia de novembro de 2008 a fevereiro de 2011, período em recebeu R$ 45 milhões do Legislativo - afirma que desembolsou o dinheiro para aluguel de "todos os equipamentos necessários para a operação da TV Assembleia". O gasto foi feito em um período de 19 meses, entre junho de 2009 e fevereiro de 2011. Funcionários da TV disseram ao jornal Estado de S. Paulo nunca ter visto a Luaxe atuando no Legislativo. A empresa foi uma das cinco contratadas pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), pivô do escândalo no Turismo. Segundo o MPF, "nada do que o Ibrasi alega ter gastado (com a Luaxe) possui comprovação e, ainda que tivesse, estaria com o valor muito acima do mercado, evidenciando mais uma vez a fraude". A Procuradoria diz que "as três notas fiscais apresentadas pela Luaxe estão com a numeração borrada, havendo dúvida quanto à sua idoneidade". A Fundação Padre Anchieta afirma que desde fevereiro não tem mais contrato com a Luaxe e sustenta que não cabe a ela "fazer qualquer tipo de investigação", mas "contribuir para que os esclarecimentos necessários sejam dados".
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