Empresário cuiabano é acusado de estelionato e rombo de quase R$ 12 milhões
Advogado tenta anular processo contra Júlio Uemura
O advogado do empresário Júlio Uemura, Ricardo Monteiro, busca na Justiça a anulação do processo que levou seu cliente à prisão, na última quinta-feira (11), em Cuiabá.
A ordem de prisão havia sido decretada pela comarca de Venda Nova do Imigrante, no Espírito Santo, e cumprida pela 12ª Vara Criminal de Cuiabá. A prisão foi feita por agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE).
Como fundamento para a decisão judicial, foi informado que era para "a garantia da ordem pública, da ordem econômica e por conveniência da instrução criminal, uma vez que Uemura praticou diversos golpes em empresários e produtores rurais do Estado do Espírito Santo, acarretando um prejuízo em torno de R$ 2 milhões".
Apesar da ordem, Monteiro conseguiu, por meio de habeas corpus, que o empresário fosse libertado na segunda-feira (15), no final da tarde.
Uemura, do ramo hortifrutigranjeiro, é acusado da prática dos crimes de estelionato, receptação qualificada, formação de quadrilha, crime contra ordem econômica e lavagem de dinheiro. É a segunda vez que o empresário foi preso; a primeira foi em 2009, na Operação Gafanhoto, da Polícia Federal.
Na ocasião, o MPE pediu a condenação de 35 anos de prisão ao empresário, durante a operação, realizada em fevereiro de 2009, e que investigou denúncias de diversos crimes de estelionato.
O Gaeco prendeu o empresário e mais 29 pessoas por crimes como formação de quadrilha e prejuízo ao fisco. Os golpes, segundo estimativas, teriam causado um rombo de quase R$ 12 milhões, sendo R$ 4,7 milhões aos cofres do Estado e R$ 7,2 milhões a pessoas físicas e jurídicas.
Conforme o advogado Ricardo Monteiro, Uemura já voltou a trabalhar normalmente e também teve seus bens, que haviam sido sequestrados pela Justiça de Mato Grosso, reavidos na última semana.
"Agora, vamos trabalhar especificamente no mérito da ação. Há uma série de passos que deverão ser dados, porém o principal, neste momento, é anular esta ação proposta no Espírito Santo", afirmou o advogado.
Segundo Monteiro, um dos motivos, inclusive, para que a soltura de Uemura fosse decretada, foi o argumento da litispendência, já que a ação teria sido ajuizada por Mato Grosso, anteriormente.
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