Fifa faz reunião sobre Copa de 2022, e protestantes reclamam contra Catar

O Comitê Executivo da Fifa iniciou nesta quinta-feira uma reunião para conversar sobre a possível mudança de datas da Copa do Mundo de 2022, que será realizada no Catar. O encontro foi marcado por um protesto na porta da entidade, em Zurique, com pessoas reclamando contra as condições de trabalho no país-sede do Mundial.

 

O principal motivo da reunião era discutir se a Copa de 2022 será realizada no meio do ano, como ocorre tradicionalmente, ou no início. A mudança seria necessária por causa das altas temperaturas no verão do país do Oriente Médio. Porém, uma denúncia do jornal inglês "The Guardian" acabou gerando mais polêmica sobre o Mundial no Catar: o país estaria usando trabalho escravo em obras do torneio.

 

Segundo a reportagem publicada pelo diário na semana passada, 44 trabalhadores nepaleses morreram no Catar entre 4 de junho e 8 de agosto (mais da metade por problemas cardíacos ou acidentes de trabalho). Uma das obras com problemas é a construção da Lusail City, local onde será erguido o estádio da final da Copa de 2022. De acordo com a denúncia, os imigrantes têm sido submetidos a trabalho forçado, ficam meses sem receber salário, têm os passaportes confiscados por empregadores para evitar a saída do país e não recebem nem água para beber no deserto.

 

Nesta quinta, um grupo de manifestantes protestou na porta da sede da Fifa com faixas contra a situação no Catar. "Cartão vermelho para a Fifa" e "Não à Copa do Mundo no Catar sem direitos dos trabalhadores" eram alguns dos dizeres.

 

Sobre a mudança no calendário, por causa do verão, o presidente da entidade, Joseph Blatter, já demonstrou ser a favor da ideia. Porém, de acordo com a imprensa internacional, dirigentes da Europa estariam forçando o suíço a pensar melhor sobre o tema, já que a decisão poderá afetar os principais campeonatos do continente (como a Liga dos Campeões). De acordo com o o jornali inglês "Daily Mail", um grupo que conta com o presidente da Uefa, Michel Platini, tenta convencer Blatter a não anunciar nenhuma mudança nas datas neste encontro do Comitê Executivo (as reuniões acabam na sexta-feira).