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Internacional
Segunda - 15 de Agosto de 2011 às 19:43

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Há quarenta anos, o então presidente Richard Nixon anunciou o fim do padrão ouro para o dólar, encerrando o sistema monetário internacional de Bretton Woods que ajudou a tornar o dólar a moeda de reserva mundial. Dependendo da perspectiva de cada um, o fim do padrão ouro foi uma concessão inevitável à realidade econômica ou uma catástrofe épica.

O 40º aniversário do dia em que os EUA deixaram de fixar o valor de sua moeda em termos de ouro desencadeou uma série de análises se o mundo deveria ou não retomar o sistema que vigorou até 15 de agosto de 1971. 

Jack Farchy, em artigo hoje no Financial Times, afirma que a volta do padrão ouro parece improvável. "Mas não se engane: o ouro está reclamando seu lugar no centro do sistema financeiro", acrescenta. A retomada recente das grandes compras de ouro pelos bancos centrais é uma prova disso, diz.

O MarketWatch lembra que, em 1971, a onça-troy do ouro valia US$ 35 e hoje é negociada em torno de US$ 1.750. O site cita análise da GoldCore, segundo a qual o dinheiro hoje, que não é ligado a reservas físicas de ouro e prata, está valendo menos a cada mês e corre o risco de não valer nada se a hiperinflação se instalar.

No jornal Daily Telegraph, Edmund Conway afirma que o abandono do padrão ouro provocou todos os recentes problemas, uma vez que deu carta branca aos governos para gastarem o que quisessem, levando às atuais crises da dívida.

No Wall Street Journal, Lewis Lehrman afirma nas páginas de opinião que a decisão de Nixon causou "uma década de inflação e estagnação econômica". Mas o argumento tem bases fracas. Lehrman confunde o fim do padrão ouro com outros movimentos menos racionais que Nixon fez naquele dia, incluindo controles de tarifas, preços e salários. Em nenhum momento ele explica como o fim do sistema monetário de Bretton Woods prejudicou a economia por uma década.

Hoje em dia, a hiperinflação que os defensores do ouro veem em toda esquina ainda não se materializou. Em vez disso, a moeda dos EUA está caindo cada vez rumo à estagnação deflacionária de um Japão.

De fato, o padrão ouro teve vida curta e jamais sustentada, afirma Marc Chandler, da corretora Brown Brothers Harriman. Ele acredita que a história da crise atual tem menos a ver com o padrão ouro do que com a gradual mudança do poder global para longe dos EUA.

Conforme o economista Jim Hamilton e a jornalista Megan McArdle e muitos outros afirmam, o padrão ouro não torna uma moeda mais confiável se o país não tiver políticas fiscal e monetária confiáveis. De fato, Hamilton afirma, o padrão ouro pode ter contribuído para a Grande Depressão. As informações são da Dow Jones.






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