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Polícia Brasil
Segunda - 15 de Agosto de 2011 às 09:45

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Latrocínio é um roubo que virou assassinato. Um tipo de crime que faz com que a população esteja sempre em alerta. No primeiro semestre deste ano, foram nove casos em Curitiba – 18% a menos em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Polícia Civil. A violência presente nesses crimes e os motivos que levam um roubo a se tornar um delito contra vida chamam atenção de policiais. Um estudo recente do Paraná Pesquisas mostrou que 38,7% dos paranaenses têm medo de ser vítima de assalto e 8,2% têm medo do latrocínio. Embora a preocupação com o latrocínio seja menor, um crime está ligado ao outro.

O latrocínio pode ser entendido sob dois aspectos. O primeiro deles é o da crueldade dos bandidos durante os assaltos. Segundo o delegado Luiz Carlos de Oliveira, chefe da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, a ação dos assaltantes começou a ficar mais violenta há cinco anos, com um aumento significativo de mortes. Na avaliação do delegado, os ladrões começaram a matar impulsionados pelo sentimento de que não seriam pegos pela polícia e que permaneceriam impunes. “Vi casos em que não havia como o marginal concluir o roubo. Mesmo assim, ele atirou contra a vítima. Mata-se pai de família, na frente da mulher e dos filhos sem o menor remorso”, exemplifica.

Outra característica do crime é a presença de algum imprevisto durante a ação dos bandidos, seja por inexperiência dos ladrões ou por reação das vítimas. Para o delegado Cristiano Augusto Quintas dos Santos, da Delegacia de Homicídios (DH), esse aspecto também está relacionado à maior violência usada pelos assaltantes. “Antes, quando o roubo dava errado, o ladrão fugia. Hoje, ele atira na vítima.

Avaliação

Medidas para conter violência

Prevenção, retirada de armas das ruas e punição. Esses são três pontos fundamentais para conter latrocínios e homicídios, segundo o sociólogo Pedro Bodê. “Esses crimes ocorrem também em função do fácil acesso às armas. Um ponto importante é secar essa fonte.” Ele defende que o latrocínio seja colocado em grau de prioridade como os homicídios, mesmo que os números não sejam altos. “Qualquer taxa de latrocínio não pode ser menosprezada. Deve haver políticas públicas para contê-las.” Na avaliação do sociólogo, o grau de solução desses crimes é baixo, o que diminui a inibição dos criminosos.

A conduta das vítimas também pode definir se um roubo terminará em morte. Em quatro casos ocorridos neste ano, os bandidos atiraram porque as vítimas reagiram ao assalto ou fizeram movimentos suspeitos. Em um desses casos, em janeiro, um grupo de assaltantes abordou três homens que estavam diante de um carro, no Centro. Diogo Beu Pereira, 29 anos, tentou entrar no veículo e foi morto por um dos ladrões, que atirou duas vezes. “O comportamento da vítima é fundamental para que a vida seja preservada num assalto. É difícil em um momento de risco manter a tranquilidade, mas é necessária toda calma”, ressalta Oliveira.

Escalada do crime

Na análise de Santos, os crimes contra o patrimônio seguem uma escala: o ladrão começa com furtos (em que o crime é cometido na ausência da vítima), parte para o roubo (em que a vítima é abordada, com ameaça) e, por fim, pratica o latrocínio. “Em mídias sociais, bandidos se vangloriam de encarar a polícia. Uma clara inversão de valores, o latrocida é respeitado na cadeia.”






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