Um soldado foi atropelado durante um protesto de policiais militares e bombeiros na noite deste sábado em Teresina, no Piauí. O acidente revoltou os PMs, que estão em greve há quatro dias por reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Na noite de ontem, 120 homens da Força Nacional chegaram a capital piauiense para reforçar a segurança na cidade.
O atropelamento do soldado ocorreu quando os policiais militares e bombeiros faziam protesto em frente ao batalhão do Rone (Rondas de Naturezas Ostensivas), a tropa de elite do Piauí, por volta das 21h. Na confusão, o carro que transportava o tenente coronel Márcio Santos, comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais) tentou sair numa viatura e foi impedido pelos manifestantes. Segundo testemunhas, o veiculo avançou e atropelou o soldado Alexandre Henrique Rios Leite, que é do Maranhão e estava apoiando o movimento.
Segundo o boletim médico, o soldado teve traumatismo craniano e fraturou os dedos da mão. O presidente da Associação dos Oficiais no Piauí, Evandro Rodrigues, condenou o incidente. "Foi uma noite de terror para nós, com intimidações do comando e atitudes covardes e arbitrárias como o atropelamento do soldado Alexandre", disse Evandro Rodrigues.
O comandante da Polícia Militar, coronel Rubens Pereira, abriu procedimento administrativo para apurar o acidente. Ele informou ainda que o tenente coronel Márcio Santos negou as acusações e alega que o soldado se jogou para cima da viatura.
Greve ilegal
A justiça do Piauí considerou ilegal o movimento dos policiais e bombeiros e determinou que a categoria retorne às ruas. A liminar do desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí, Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho, determina multa de R$ 10 mil por dia em caso de descumprimento para as três Associações (Oficiais, Bombeiros e Cabos e Soldados).
As associações recorreram da decisão do TJ do Piauí e mantém a paralisação por tempo indeterminado.
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