O Ministério do Turismo negou, em nota divulgada no sábado, denúncia publicada pela revista Época sobre a liberação de recursos para a reestruturação do Parque Mutirama, em Goiânia, empresa de amigos de Frederico Silva da Costa, secretário executivo da pasta e um dos presos preventivamente na Operação Voucher, da Polícia Federal (PF), na última terça-feira.
A reportagem afirma que procuradores federais suspeitam de fraude em licitação para contratar por R$ 55,6 milhões a empresa Warre, responsável por revitalizar o parque. Os convênios teriam sido firmados quando Frederico Silva da Costa estava à frente Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur).
O ministério informou que apenas R$ 9 milhões foram liberados, em 29 de dezembro de 2010 e 29 de junho de 2011, parcelas de um total de cerca de R$ 46 milhões, o valor pelo qual a pasta se diz responsável. De acordo com a revista, o ministério liberou recursos mesmo após saber pelo Ministério Público Federal (MPF) da investigação.
Em resposta, a pasta afirma que "os recursos foram liberados depois da decisão da 8ª Vara da Justiça Federal, que indeferiu pedido de liminar do Ministério Público Federal. A decisão foi embasada também em parecer do Tribunal de Contas da União. O documento concluiu não ter havido irregularidades no processo de licitação e recomendou acompanhamento da execução das obras". Os recursos teriam sido liberados "diante da necessidade de novas intervenções para se evitar o retrabalho nessas obras já iniciadas na capital de Goiás".
A nota acrescenta que o ministério não foi informado sobre a Operação Voucher. "Não houve comunicação ao Ministério do Turismo sobre investigação da Polícia Federal", acrescenta a nota, em referência à operação que prendeu 36 pessoas na terça-feira.
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