Walter Rabello é acusado de usar influência a favor de quadrilha supostamente liderada por Julio Uemura
TJ julgará ação penal contra o deputado Walter Rabello
O desembargador José Jurandir de Lima, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, é o relator da ação penal relativa à Operação Gafanhoto, deflagrada em 2009 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da qual, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), faz parte da quadrilha o apresentador de TV e deputado estadual Walter Rabello (PP).
A quadrilha seria liderada pelo empresário Julio Uemura, preso na quinta-feira(11) pelo Gaeco, por determinação da Justiça do Espírito Santo, onde ele é acusado de praticar um golpe de aproximadamente R$ 2 milhões.
O processo foi remetido à segunda instância, em razão do foro privilegiado de Rabello, que assumiu o cargo de deputado estadual no início do ano. Devem participar do julgamento, que ainda não tem data para ocorrer, pelos 30 desembargadores que compõem o pleno do TJ.
O processo, até o início do ano, era conduzido pelo juiz José Arimateia Neves Costa, da 15ª Vara Criminal Especializada de Combate ao Crime Organizado de Cuiabá. Na época da apresentação da denúncia, o apresentador de TV estava cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por infidelidade partidária.
O MPE deve pedir ao TJ que desmembre o processo, fazendo com que os outros 19 denunciados respondam pelo crime na primeira instância, ou seja, sem o foro privilegiado. O pedido deve ser feito no momento em que a Procuradoria Geral de Justiça emitir o parecer ministerial durante a ação penal.
Entretanto, de acordo com o promotor Sérgio Silva da Costa, o processo foi remetido ao Tribunal de Justiça já em fase de conclusão. "O processo saiu da 15ª Vara de Cuiabá pronto para sentença. Agora, vamos acompanhar a tramitação em segunda instância", comentou o promotor, que faz parte do Gaeco.
Walter Rabello é acusado pelo Ministério Público de participar da quadrilha liderada por Uemura. Ele responde pelo crime de tráfico de influência. Segundo as investigações, ele se utilizava do cargo de deputado para interceder junto à Secretaria de Fazenda para resolver problemas das empresas de Uemura.
Em uma das interceptações do Gaeco, à época, ele disse que quem comandaria a Prefeitura de Cuiabá, caso fosse eleito, seria o próprio Uemura. O empresário também seria um dos financiadores de sua campanha, além de fazer doações que eram entregues por Rabello em seu programa de TV, que era transmitido pela TV Cidade Verde (Band/12).
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