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Cidades/Geral
Sexta - 12 de Agosto de 2011 às 06:47

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“Cerca de 20% das terras no Estado estão nas mãos dos grupos estrangeiros. Este assunto nos incomoda, pois infelizmente o governo federal não teve a capacidade de resolver isso ao longo dos anos”, declarou Rui Prado, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) pontuando que as dívidas dos produtores rurais é de em torno de R$ 8 bilhões. Desse montante, cerca de R$ 1 bilhão foi para aquisição de maquinário. Rui Prado disse ainda que aproximadamente 20% dos produtores rurais estão sem capital para quitar dívidas bancárias, contraídas em 2004 e alongadas até este ano.

As declarações ocorreram durante audiência pública para debater a situação das dívidas públicas do setor rural em Mato Grosso. Essa foi a primeira audiência realizada no país sobre o endividamento rural e contou com a participação de deputados estaduais e federais, e também de representantes da Subcomissão do Endividamento Agrícola da Câmara dos Deputados. O encontro ocorreu no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado e o governador Silval Barbosa que está em viagem para Brasília, foi representado pelo secretário-chefe da Casa Civil, José Lacerda.

Segundo José Lacerda, é fundamental que o governo brasileiro tome uma posição. “O governo do Estado tem trabalhado para solucionar o endividamento agrícola dos produtores rurais de Mato Grosso”, declarou o secretário, enfatizando que o governo é solidário com essa questão e que o produtor rural tem o total apoio do Estado.

Estudo realizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) indica que o endividamento rural pode causar a internacionalização das terras produtivas do Estado. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, observou que existe o risco do agronegócio mato-grossense se tornar um monopólio nas mãos de empresas multinacionais.

O coordenador da comissão de endividamento da Aprosoja, Carlos Fávaro, destacou que diante dessa situação o agronegócio do Estado fica nas mãos de uma meia dúzia de empresas, que passam a ditar as regras e impor preços. O presidente da Subcomissão do Endividamento Agrícola, deputado Marcon, frisou que a subcomissão deve realizar em média 18 audiências públicas, nos principais estados produtores de grãos, para debater o endividamento agrícola. “A próxima discussão acontecerá no dia 1º de setembro, no Rio Grande do Sul. No final desses encontros, um relatório será produzido e encaminhado à presidenta Dilma Rousseff”, comentou.






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