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Quinta - 11 de Agosto de 2011 às 10:35
Por: Ericksen Vital

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Reprodução/TVCA
Wesley Santos morreu durante motim em penitenciária de Cuiabá
Wesley Santos morreu durante motim em penitenciária de Cuiabá

Um novo laudo pericial da Criminalística da Polícia Civil apontou que as duas armas artesanais (chuços) encontradas na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, no dia da morte do agente prisional Wesley da Silva Santos, de 24 anos, não tinham sinais de sangue. O agente e um detento morreram no dia 20 de junho deste ano durante uma tentativa de motim que foi contida por policiais militares.

Dois dias após o motim, um laudo divulgado pelo Instituto Médico Legal (IML) concluiu oficialmente que um golpe de arma artesanal atingiu o coração de Wesley e foi preponderante para matar o agente. Em decorrência do golpe, segundo o laudo, o agente perdeu muito sangue e não resistiu aos ferimentos.

Ao tomar conhecimento dos dois laudos, a delegada da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Anaíde de Barros Souza, responsável pela investigação do crime, disse apenas que o agente pode até ter morrido por golpe de arma artesanal, como mostrou o laudo do IML. No entanto, não foram usados para cometer o crime os "chuços" encontrados dentro do presídio pela polícia e levados para análise da Criminalística.

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Antes da divulgação do laudo IML, a declaração de óbito do agente concluiu que a morte de Wesley foi provocada por um tiro de espingarda calibre 12. “O laudo deu que ele recebeu um tiro de 12. Só os PMs estavam com esta arma”, afirmou à época o secretário de Administração Penitenciária do Estado, José Antônio Chaves. Uma semana depois, Chaves deixou o cargo.

Além do agente, o reeducando Uenes dos Santos, de 22 anos, também morreu durante o motim na penitenciária. Conforme informou o laudo do IML, a morte foi causada pelo tiro disparado da escopeta de um dos policiais militares que tentavam acabar com o motim. Ele morreu por perda excessiva de sangue. A Corregedoria da PM abriu uma investigação paralela à Polícia Civil para apurar informações sobre a atuação dos policiais. A Secretaria Estadual de Direitos Humanos também está acompanhando o caso.

Sobre os próximos passos da investigação, a delegada informou ao G1 que espera os investigadores da Polícia Civil, que estão em greve há quase dois meses, retornarem ao trabalho para poder realizar novas oitivas de testemunhas. Ela também informou que ainda precisa receber outros laudos para poder concluir o caso. “A investigação está parada neste momento porque precisamos fazer mais oitivas. Ainda não dá para formar uma ideia sobre o caso”, concluiu a delegada. Não há prazo para a conclusão da investigação.

Rebelião (Foto: Ericksen Vital G1/MT)
Movimentação no dia que o agente foi morto na
Penitenciária Centro do Estado (Foto: G1/MT)



Indenização

A família do agente prisional já entrou com pedido de indenização na Justiça contra o governo de Mato Grosso. Na ação, a mãe da vítima, Dirce Maria, pede R$ 283 mil como reparação. O processo foi protocolado pela Defensoria Pública do estado, no Fórum da capital, que também requereu o pagamento de uma pensão mensal à mãe de Wesley no valor de R$ 886, equivalente à metade dos rendimentos do agente.

O motim
O motim ocorreu quando os presos dos Raios 2, 3 e 4 deixavam as celas para serem atendidos pela Defensoria Pública e pelo setor clínico da unidade prisional. Um grupo de 25 reeducandos, já identificado pela polícia, iniciou o motim no corredor central da unidade e fez refém três agentes prisionais, entre eles Wesley Santos, que morreu na ocasião. Segundo o governo do estado, a última morte de um agente prisional enquanto trabalhava em Mato Grosso ocorreu em 1989.





Fonte: Do G1 MT

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