Sete rapazes foram abordados e espancados na avenida do CPA; Eles disseram que os PMS estavam armados e ameaçaram atirar
Vítimas acusam militares de tortura em Cuiabá

Dois policiais militares foram presos e são acusados de torturar sete pessoas em Cuiabá. O crime teria acontecido na avenida Historiador Rubens de Mendonça (Avenida do CPA). 

 

Os militares Benemar Tadeu Esteves Miranda, de 37 anos, e Clodoaldo Gonçalo de Melo, de 34, estavam em uma caminhonete S-10 e pararam para abordar o grupo, que estava em dois carros. Os acusados teriam se apresentado como policiais e espancado as vítimas. O fato ocorreu anteontem, por volta das 20h, em frente à 13ª Brigada. 

 

Parte do grupo estava em uma picape Strada. O restante em um Corolla, que era rebocado pelo utilitário. 

 

Conforme as vítimas, a Strada fazia o reboque do Corolla desde o bairro Jardim Vitória. Elas desciam em direção ao centro da Capital e no meio do caminho, a corda que ligava os dois carros rompeu. 

 

Então, eles tiveram que parar os carros. “Do nada os policiais apareceram, mandaram agente ficar de joelhos e depois nos bateram”, disse uma das vítimas. 

 

No grupo, havia três adolescentes, que também foram surrados. 

 

Um dos rapazes acrescentou que os militares bateram nas mãos e nas costas dele. Um dos agressores estava com uma arma longa – possivelmente um revólver- e ameaçou atirar. 

 

Minutos depois, todos foram obrigados a correr para uma estrada de chão, que fica nas proximidades. “A gente não sabia o que estava acontecendo porque não teve acidente algum”, completou. 

 

Como alguém tinha anotados as placas da picape, a PM foi acionada e chegou até o endereço de um dos policiais no bairro Carumbé. 

 

Até então, não sabia que se tratava de policiais. 

 

O dono da S-10 estava com companhia do outro policial e ambos foram levados até o Plantão Metropolitano. 

 

As vítimas reconheceram a dupla e no boletim de ocorrência, os PMs classificaram o caso de injúria, lesão corporal e ameaça. 

 

Porém, o delegado plantonista Jeferson Dias Chaves entendeu que se tratava de um crime mais grave, tortura. 

 

Em seu despacho, o delegado frisou que os dois policiais “saíram do carro e humilharam as vítimas batendo com tapas”. Os dois suspeitos, no entanto, negam qualquer agressão ou humilhação contra as vítimas. 

 

A prisão em flagrante dos suspeitos foi efetuada na presença de um oficial da Corregedoria Geral da Polícia Militar. Benemar será encaminhado para o Batalhão Ambiental em Várzea Grande e Clodoaldo para o 3º Batalhão.