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Quarta - 10 de Agosto de 2011 às 15:45

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Assessoria/Prefeitura de Marcelândia
Empresários deixaram município após incêndio em Marcelândia, ocorrido há um ano.
Empresários deixaram município após incêndio em Marcelândia, ocorrido há um ano.
Um ano depois do incêndio de grandes proporções que destruiu parte da cidade de Marcelândia, a 712 quilômetros de Cuiabá, apenas 10% dos empresários que tiveram suas empresas atingidas pelo fogo conseguiram restabelecer as atividades. No dia 11 de agosto de 2010, o incêndio começou nas serralherias e se espalhou rapidamente atingindo casas, marcenarias, lojas e afetou a economia da cidade.

O setor madeireiro era a principal fonte de renda de Marcelândia e, na época do incêndio, 15 empresas do ramo foram parcialmente ou completamente destruídas pelo fogo. O prejuízo foi superior a R$ 1,5 milhão. "Só 10% conseguiram retomar as atividades. O restante, ou deixou a cidade, ou está se dedicando a outras áreas", afirmou Algacir Fistarol, presidente da Associação dos Madeireiros de Marcelândia.

Um dos madeireiros que teve a empresa atingida pelo incêndio e que não conseguiu se recuperar financeiramente foi Genival Alves. Ele e o irmão são sócios e tinham comprado recentemente a segunda madeireira da família. Pouco tempo antes do incêndio, todo o espaço da empresa foi reformado e maquinários novos foram comprados. “Não temos outra fonte de renda. Nós estávamos transferindo os documentos de posse quando queimou tudo”, contou o madeireiro ao G1.

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Para pagar as dívidas feitas para a reforma e compra de novas máquinas, os irmãos tiveram que retirar recursos da outra empresa da família. “Para não ficarmos devendo tanto, tivemos que pagar os prejuízos com o dinheiro da outra firma que está quase fechando as portas. Então, hoje eu estou vendendo os ferros dos maquinários retorcidos pelo fogo para sobreviver”, lamentou Genival Alves.

Sem moradia
O prefeito de Marcelândia, Adalberto Diamante, disse ao G1 que a cidade ainda sofre com os reflexos do desastre. Um ano após o incêndio, as famílias que perderam suas residências continuam morando em casas alugadas pela prefeitura ou na casa de parentes.

O recurso financeiro para a construção de 96 casas, que deveria ser liberado em caráter de emergência, saiu há apenas um mês. O edital para escolher a empresa que deve construir as casas foi publicado há menos de 15 dias. “Acredito que na primeira quinzena de setembro posso dar a ordem de serviço para a empresa que vencer a licitação começar as obras. A partir da ordem de serviço, já dá para trazer materiais e, em outubro, o município estará em obras”, explicou o prefeito.

O prefeito ainda reclama que Marcelândia perdeu muitos recursos por conta da saída de moradores e de comerciantes da cidade, que acabou provocando impacto no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) do governo estadual. "Antes do incêndio, o município recebia R$ 500 mil de FPM e agora recebo um terço disso", disse Diamante.

Um reflexo dessa evasão pode ser notada em uma das escolas da cidade, que atende os filhos dos funcionários das madeireiras. Do ano passado para este ano, mais de 100 alunos deixaram de frequentar as salas de aula. A instituição de ensino, que antes do incêndio tinha mais de 400 alunos matriculados, atualmente tem cerca de 250 estudantes.

Para Adalberto Diamante, aos poucos, a situação vai se normalizar, mas o mais importante é que a população ficou mais consciente. “Os moradores agora brigam com o vizinho que insistir em colocar fogo em folha seca. Eles sabem que o incêndio consegue ser combatido com orientação”, finaliza o prefeito.





Fonte: Do G1 MT

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