Tammy Pereira, de 27 anos, filha de Liza Monica Pereira, uma das vítimas baleadas durante assalto a ônibus na av. Presidente Vargas no Rio de Janeiro na noite de terça-feira, criticou duramente a forma como agiram os policiais. Para ela, houve um equívoco na forma como os agentes entraram em confronto com os sequestradores. No combate, quatro passageiros e um policial foram baleados, além de um dos bandidos.
"A ação da polícia foi errada. As autoridades disseram que o resultado da operação foi positivo porque teve poucos feridos, acontece que entre os feridos graves está minha mãe. Para mim, a ação foi completamente errada", protestou Tammy.
Liza Monica está internada em estado grave no Hospital Souza Aguiar. O tiro perfurou o pulmão dela e ela perdeu muito sangue. A vítima respira com a ajuda de aparelhos. No momento do sequestro, a mulher de 46 anos saía de um curso de artesanato em Copacabana, Zona Sul da cidade, e voltava para sua casa em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
"Ninguém me avisou sobre o que havia acontecido com a minha mãe. Como ela demorou a chegar fui até a garagem do ônibus e soube que alguém da idade dela tinha ficado ferido em um assalto. Quando cheguei ao hospital fui informada pelos repórteres de que se travada dela. A gente tinha falado para ela largar o curso por causa do transtorno da viagem e da violência do Rio, mas ela não queria, gostava das aulas. Isso é como uma terapia, pois alivia a pressão e quebra sua rotina. Ela acaba de sair de um quadro depressivo", se emocionou Tammy.
Feridos
Quatro passageiros e um policial foram baleados, além de um dos bandidos. Uma mulher levou um tiro no tórax, passou por uma cirurgia e está em estado grave. Um homem, com um tiro no pescoço, e outra mulher, com bala na região glútea, também deram entrada no Hospital Souza Aguiar. Um policial militar também foi atingido, em princípio sem gravidade, e está no Hospital Central da PM, no Estácio, Zona Norte.
Os passageiros identificados pela Secretaria de Saúde são Liza Monica Pereira, de 46 anos, tiro no tórax; Alcir Pereira, de 56 anos, tiro no pescoço; Fabiana Gomes da Silva, de 35 anos, tiro no glúteo e Josuel dos Santos Messias, de 46 anos, tiro de raspão na perna.
O assalto
Segundo testemunhas, o motorista teria percebido que o coletivo seria assaltado, parou o veículo e chamou a polícia. Um policial teria entrado sozinho do ônibus e saído sem a arma. Algumas pessoas conseguiram deixar o veículo e foram amparadas em uma universidade próxima. Segundo a PM, o assalto começou cerca de 20h.
Ao tentar escapar para a Zona Norte, os ladrões conduziram o veículo, passaram por dois cercos policiais e, numa terceira barreira, foram parados com um tiro no pneu, já na região da Leopoldina. Quando a polícia interceptou o coletivo com os criminosos, houve intenso tiroteio.
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