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Quarta - 10 de Agosto de 2011 às 07:04
Por: JOANICE DE DEUS

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Representantes dos acampados vieram a Cuiabá e ameaçam fechar rodovia se não receberem auxílio
Representantes dos acampados vieram a Cuiabá e ameaçam fechar rodovia se não receberem auxílio
O fogo consumiu na tarde da última segunda-feira o acampamento Flor da Serra, localizado às margens da BR-364, próximo da serra de São Vicente, na saída de Cuiabá para Rondonópolis. As chamas destruíram cerca de 50 barracos erguidos com palha e madeira. As famílias, que aguardam a desapropriação de uma fazenda na região, prometem interditar a rodovia, caso não tenham a reivindicação atendida.

“Nossa situação é bastante crítica. Ficamos sem os barracos, sem água e sem comida”, lamentou Aparecida de Fátima Teodolina, que mora na área há três anos. Segundo os acampados, apenas 10 barracos não foram destruídos.

Aparecida de Fátima conta que o fogo não demorou muito tempo, mas, devido o tempo seco e o vento, se espalhou rapidamente e foi o suficiente para queimar o que encontrava pela frente. “O que conseguimos salvar está tudo na beira da estrada. Nossa maior sorte foi o fato de nenhum botijão de gás ter explodido”, disse.

De acordo com o acampado Alisson Borges, além da vegetação, alguns animais morreram queimados. “Alguns desses animais, como as galinhas, ficam presos e não houve tempo para soltá-los”, disse. Segundo ele, os acampados só conseguiram debelar o fogo porque havia uma caixa d’água por perto. “Teve gente que sofreu queimaduras leves nos braços e na cabeça”, completou.

Aparecida de Fátima comentou ainda que as famílias estavam revoltadas com a situação. “Estamos nos sentindo abandonados pelo poder público”, afirmou.

No “Flor da Serra”, 102 famílias reivindicam a desapropriação da fazenda Bigorna, também nas proximidades da serra de São Vicente. “O Incra alega que a área é de preservação ambiental (APA). Mas, não é ela toda, somente 5% dela é APA”, disse Borges.

Por meio da assessoria de imprensa, o Incra confirmou que a fazenda é considerada de proteção ambiental e pertence a particular. O órgão federal informou ainda que o processo sobre a área está arquivado e que, no momento, não há outra disponível para assentamento das famílias.

Além disso, segundo o Incra, na área há pessoas que já foram beneficiadas pela reforma agrária. Segundo a assessoria, a alternativa para quem realmente precisa seria a retomada de parcelas em outros lotes, mas o processo é demorado.

Na tarde de ontem, representantes da Associação do Acampamento Flor da Serra estiveram na Casa Civil tentando falar com o secretário da Casa Civil, José Lacerda. “Se não conseguirmos, vamos fechar a rodovia a partir da 5 horas de amanhã (hoje)”, disse o presidente da Associação, Jairo Alves Aguiar.
A assessoria de imprensa da Casa Civil informou que Lacerda estava em reunião fora da sede do órgão estadual, mas que a comissão já havia sido recebida por um dos secretários-adjuntos.




Fonte: Do DC

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