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Nacional
Terça - 09 de Agosto de 2011 às 14:33
Por: Vagner Magalhães

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O ex-governador de São Paulo e secretário municipal de Negócios Jurídicos, Cláudio Lembo (sem partido), afirmou ao Terra, nesta terça-feira, que é contra a liberalização da maconha e não vê novidade no apoio do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, à liberalização da droga no País. "Ele se disse maconheiro quando da eleição do Jânio Quadros, portanto não há novidade nenhuma. Ele apenas está registrando no presente o que falou no passado. Eu sou contra a liberação da maconha. Eu sou contra porque acredito que seja perigoso. Perigoso porque é uma droga fraca, mas que pode levar a drogas mais pesadas. Vamos pensar com calma e não fazer bravatinhas de fim de vida, porque não é bom. Quem está no fim da vida tem de dar bom exemplo e acima de tudo ser sensato no que diz", afirma.

Durante a entrevista ele afirmou ainda que a presidente Dilma Rousseff está agindo de maneira correta em relação aos escândalos envolvendo ministérios do governo e que, por se impor neste momento, terá problemas futuros para aprovar matérias de interesse do governo no Congresso.

"Ela está agindo certo e tem feito o possível para que haja um pouco de dignidade na política. Vai ter muito sacrifício. E tudo o que ela faz agora vai refletir no Congresso. Ela terá problemas no Congresso", disse Lembo. Segundo ele, Dilma tem qualidades e o fato de ser mulher colabora para isso.

"A mulher é mais respeitosa com a máquina pública do que os homens. Ela é uma lutadora. Sofreu na própria carne o que é a busca da democracia. Ela não é uma política tradicional, afeita a acertos e arranjos, mas isso pode fazer com que fique sozinha. O poder isola. Pelo seu estilo, vai sofrer com isso", diz.

Na opinião de Lembo, a corrupção hoje é a mesma do passado. "Hoje tem tanta corrupção como sempre teve. O ser-humano é corrupto. Parece que tem mais. Hoje, há mais capacidade de informação sobre o que está acontecendo", afirma.

Na análise do ex-governador, a má conduta na gestão pública é hereditária. "É só lembrar a carta de Pero Vaz de Caminha enviada a Dom Manuel (rei de Portugal), que pede um emprego para o genro. No batismo do Brasil, já veio pedido para parente", afirma.

Lembo disse também que o ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi extremamente indelicado com a presidente Dilma Rousseff ao dizer publicamente que tinha votado em José Serra. "Não precisa agredir quem está no governo. Caiu por falta de capacidade verbal", diz.

O ex-governador fez também uma análise da sucessão municipal em São Paulo, no ano que vem, e disse que o ministro da Educação, Fernando Haddad, será o candidato do PT e que o ex-governador José Serra é a única chance de o PSDB chegar ao poder municipal.

"Entre Marta (Suplicy) e Haddad, ganha o Haddad, que será o candidato. (O PSDB) só tem um candidato com condições eleitorais, com condições de entrar no jogo, que é o José Serra", afirma.

Lembo diz também que há muita maldade contra o partido que o prefeito Gilberto Kassab tenta fundar a tempo da disputa das eleições municipais do ano que vem. "É um partido que vai ser forte, vai ser maior que o PMDB em breve. Em 500 mil assinaturas, vai acontecer de tudo", diz, se referindo ao episódio das supostas assinaturas falsas para a criação do partido.





Fonte: Terra

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