8 mil pessoas são esperadas em passeata contra o BRT
Comerciantes do Centro de Cuiabá se mobilizam nesta terça-feira (9) em favor do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), como transporte público principal para a cidade que será uma das subsedes da Copa do Mundo de 2014. Para os empresários, a escolha do VLT se sobressai ao Bus Rapid Transit (BRT) em vários quesitos, como mais comodidade e rapidez para os usuários, além de garantir um número menor de desapropriações.
O protesto começa às 7h30 na Avenida 13 de Junho e segue até a Av. Mato Grosso. Conforme o diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL) João Bosco Linhares, a previsão é que 8 mil pessoas participem da passeata. Os lojistas devem abrir as portas apenas às 10h30 da manhã para que os funcionários e consumidores estejam presentes na passeata. Questionado sobre quanto o comércio deixará de faturar por abrir mais tarde, o diretor garante que o esforço é necessário, e todos estão cientes que a manifestação será em benefício da população. “O faturamento deve ser menor na parte da manhã, mas acreditamos que isso não será um problema, já que a manisfestação é de interesse de todos”.
João Bosco explica que o VLT (metrô de superfície) trará um legado moderno para Cuiabá e diminuirá em até 80% o número de desapropriações, principalmente na Prainha. Segundo ele, a população precisa conhecer o projeto, que entre outros planos, prevê a construção de ciclovia, área verde, e ainda liberação de até 20% da área em que hoje transitam os ônibus, conforme informa a Fundo Infinity, uma das empresas interessadas em financiar o metrô. Ele diz ainda que o o VLT também é a primeira opção do governo e apoio a decisão. “Todos querem o VLT, menos Brasília”.
O custo do BRT é questionado pela diretora da Associação de Empresários e Locatários da Prainha (AELP), Iara Nunes, que acredita que os R$ 450 milhões previstos, não serão suficientes para a implantação. “No orçamento não estão inclusos a compra dos ônibus por exemplo, o que sugere que o valor será muito maior do que o anunciado pelo governo”. Para ela, o VLT valoriza em mais de 50% a região em que está instalado, compravados em países que utilizam o transporte, além de proporcionar mais qualidade de vida para a população. Se o governo optar pelo BRT, desembolsará aproximadamente 1,1 bilhão apenas em desapropriações.
Os empresários da Prainha temem que a desapropriação transforme o Centro em um “monstruoso camelódromo”. Segundo a diretora da AELP, só na região da Prainha, 300 estabelecimentos estão listados para serem desapropriados, o que impacta na renda familiar de mais de 1.500 pessoas, somando empresários, funcionários e suas famílias.
Participam da manisfestação pelo VLT nesta terça-feira (9), várias entidades, entre elas a União Mato-grossense dos Estudantes (UMTE), Força Sindical e seus 105 sindicatos filiados,Coopermotos, Sindicato dos Mototaxistas, Motoboys e Motofretes, União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairros (UCAMB), Associação do Calçadão, dentre outras. A passeata terá o apoio da SMTU e da Polícia Militar.
Comentários