Mato-grossense finca o pé na Argentina para plantar, vender e exportar grãos
Amaggi dá o maior passo para internacionalização
2011 ficará marcado como ano em que a Amaggi Exportação e Importação Ltda., uma empresa pertencente ao mato-grossense Grupo André Maggi, deu o passo mais concreto na sua estratégia de internacionalizar a Companhia. Na última sexta-feira (5), a sua diretoria confirmou que os investimentos iniciados no ano passado na Argentina, com a instalação de um escritório, serão multiplicados e que o Grupo mato-grossense – já presente na Europa – vai plantar, comercializar e exportar grãos no país vizinho. Esta pode ser considerada a segunda fase do plano de internacionalização do Grupo iniciado em 2008.
A Amaggi faz o caminho inverso. A onda de invasão argentina no Estado abriu espaço para que mato-grossenses exportem sua ‘expertise’ na produção agrícola e finquem sua bandeira em terras portenhas.
O caminho rumo à Argentina, atualmente o terceiro maior produtor de soja do mundo, atrás de Estados Unidos e Brasil, foi aberto no ano passado quando a Amaggi consolidou a abertura de um escritório na capital, Buenos Aires. Em 2011 iniciou suas atividades de trading (comercializadora) no último mês de abril. A Amaggi é a empresa líder do Grupo e está voltada para a compra e venda de grãos (soja e milho), industrialização, logística, produção de sementes de soja, importação e comercialização de fertilizantes e defensivos.
Mesmo sem revelar cifras dos investimentos que serão aportados no país vizinho, o diretor-superintendente da Amaggi, Waldemir Loto, frisa que a participação da empresa na Argentina está apenas começando. Por se tratar de uma estratégia de mercado da mato-grossense, Loto não deu muitos detalhes sobre os próximos passos em solo argentino, no entanto confirmou que a meta é plantar soja, milho e trigo em terras que, em princípio, serão arrendadas de produtores locais. Sobre a localização das lavouras, o sigilo foi mantido como forma de não fomentar a especulação na região. Para a safra 10/11, produtores preveem a produção de algo em torno de 48,8 milhões de toneladas. A previsão inicial era de 49,6 milhões.
A internacionalização do Grupo é a forma que encontramos para estar mais próximos dos nossos clientes, como também dar suporte à nossa expansão no mercado interno”, argumenta Loto. A decisão estratégica, como define, ainda está em curso. Questionado sobre que tipo de tecnologia será adotada para a soja argentina, se convencional ou transgênica, Loto frisa que isso está em avaliação, mas que num primeiro momento deverá seguir a preferência local pela biotecnologia, com a produção basicamente voltada para o consumo asiático. “Estamos atentos e olhando todas as oportunidades”.
De forma exclusiva, o Grupo revelou ao Diário que a previsão é de originar 500 mil toneladas de grãos, sendo que a meta nos próximos cinco anos é atingir 2 milhões de toneladas. Também neste ano, o Grupo pretende iniciar o plantio de soja em solo argentino, ocupando aproximadamente cinco mil hectares e, diante da resposta do mercado, atingir 30 mil hectares nos próximos cinco anos.
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