Lojistas da Avenida Prainha lideram movimento pelo modal; Capital deverá implantar o BRT
Comerciantes protestam e querem o VLT em Cuiabá

Empresários e trabalhadores de estabelecimentos comerciais localizados na Avenida Prainha farão uma passeata, na terça-feira (9), em defesa da implantação do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), como modal de transporte coletivo, em Cuiabá, com vistas à Copa do Mundo de 2014.

O protesto é apoiado por outras 10 entidades ligadas a movimento estudantil, associações comunitárias e sindicatos, na Capital.

A passeata começará às 7h30, saindo da Loja City Lar da Prainha até a Avenida Mato Grosso. Por conta disso, o comércio na região central vai abrir somente às 10h30.

O principal argumento para a movimentação é a excessiva desapropriação que poderá ocorrer com a implantação do BRT (Bus Rapid Transit). De acordo com a diretora da Associação de Empresários e Locatários da Prainha (AELP), Iara Nunes, a possibilidade de perder imóveis é preocupante, por vários fatores.

"Com as desapropriações, sabemos que as indenizações não serão pagas porque o Estado não tem dinheiro em caixa para cobrir o valor real das despesas. Além disso, vai gerar demissão em massa e despesas trabalhistas. Todos sairão perdendo", disse, em entrevista ao MidiaNews.

Ela também elencou motivos que justificam a defesa pelo VLT. "Querem tirar todo o comércio para implantar o BRT, mas não revelam à população que vai ter gastos para descartar os entulhos, e o valor das indenizações. Quando se analisa o contexto, não há dúvida de que o VLT é a opção mais viável, até porque a desapropriação reduz em 90% conforme revelam estudos técnicos", afirmou.

O diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), João Bosco Linhares, observou que aspectos da cidade devem ser analisados na escolha do modal de transporte coletivo. "Devemos olhar para o futuro e observar que o VLT significa para Cuiabá a modernidade, com menos poluição e desapropriação", disse.

Linhares ainda criticou o que classifica de omissão de informações, no debate do modal de transporte com vista a 2014. "Os estudos provam que o BRT é mais caro porque envolve desapropriações e indenizações. Pouco se fala a respeito disso. Por isso, é o momento de a sociedade sair às ruas e defender o que é melhor para o futuro de Cuiabá", defendeu.

Apoio dos trabalhadores

Com 105 sindicatos filiados em Mato Grosso e 550 mil trabalhadores em média, a Força Sindical de Mato Grosso também apoia a manifestação pró-VLT. De acordo com o secretário-geral, Noel Inácio da Silva, o transporte favorece a classe trabalhadora.

"Apoiamos o VLT, em defesa dos trabalhadores que estão ameaçados de perder o emprego. Precisamos também pensar no futuro e desafogar o trânsito de Cuiabá", disse.

A presidente da Associação dos Empresários das Avenidas Prainha, Fernando Correa e FEB, defende a iniciativa, classificando-a de "oportunidade única".

"O transporte coletivo é o principal legado da Copa do Mundo. A chance de reivindicarmos algo moderno e eficiente é agora. O VLT é a melhor opção para atender quem realmente precisa do transporte público", afirmou.

Confira a relação de entidades que irão participar da passeata:

ASSOCIAÇÕES, SINDICATOS E ENTIDADES DE CLASSES
AELP-ASSOCIAÇÃO DOS EMPRESARIOS LOCATÁRIOS DA PRAINHA
UMTE-UNIÃO MOTOGROSSENSE DOS ESTUDANTES
FORÇA SINDICAL MT E SEUS 105 SINDICATOS FILIADOS C/ 550 MIL TRABALHADORES
COOPERMOTOS
SINDICATO DOS MOTOTAXISTAS, MOTOBOYS E MOTOFRETES
UCAMB-UNIÃO CUIABANA DE ASSOCIAÇÕES DE MORADORES DE BAIRROS
ACDHAM-ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DE HABITAÇÃO DO MUNICIPIO DE CUIABÁ
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO NOVO PARAISO I E II
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO BAIRRO CENTRO
ASSOCIAÇÃO DO CALÇADÃO
ASSOCIAÇÃO DE PROMOÇÃO HUMANA E SOCIAL DE CUIABÁ