Medo de crises locais se espalharem para outros mercados faz investidor vender ações
Entenda por que as bolsas mundiais estão em queda
Desde o início desta semana, as principais bolsas mundiais enfrentam turbulências e deixam praticamente todas as economias do planeta com o sinal amarelo aceso, ou seja, todo mundo está em alerta e com medo com a possibilidade de uma nova crise financeira atingir o sistema capitalista global.
Esse temor faz com que os investidores se livrem das ações, o que aumenta a oferta de papéis disponíveis para compra e provoca a queda da bolsa. Isso é comum em momentos de crise, já que os investidores querem segurança de suas aplicações, isto é, preferem dinheiro no bolso ao risco de perder grana.
O motivo para a queda generalizada das bolsas de valores é a desconfiança sobre o futuro das economias dos Estados Unidos e de alguns países da União Europeia - como Itália, Espanha, Grécia, Irlanda e Portugal.
Esses países enfrentam crises internas, principalmente por causa da dificuldade de arcar com o pagamento de gastos públicos - seja com o salário dos funcionários, seja com dívidas com fornecedores do próprio país ou ainda com débitos em aberto com empresas estrangeiras e com outras nações.
Os investidores mundiais estão de olho nas más notícias que vêm tanto da UE como dos EUA e, mesmo em economias emergentes, como o Brasil, ficam com um pé atrás na hora de aplicar na bolsa porque temem que essas turbulências respinguem em economias mundiais.
Vender e comprar ações nas bolsas mundiais é um negócio que envolve renda variável, que pode mudar todos os dias. Isso significa que, em um único dia, um investidor pode ganhar uma bolada com a valorização de um papel ou perder muita grana com a queda da cotação. Por isso, as bolsas funcionam como termômetros para o mercado em geral.
Por causa dessa relativa insegurança que as bolsas de valores oferecem aos investidores, os economistas sempre alertam que aplicar em ações é um risco, requer estilo arrojado e exige atenção redobrada com as notícias que vêm de todas as partes do mundo.
As ajudas financeiras geralmente agem como analgésicos e amenizam as quedas das bolsas mundiais. Em julho, Grécia recebeu um novo aporte de recursos no valor de a 110 bilhões de euros (R$ 246,9 bilhões) - o que aliviou o medo de a crise interna se alastrar para a União Europeia. No mesmo mês, a emitiu títulos públicos com juros altíssimos, um sintoma da chance do país não conseguir pagar suas dívidas.
Nesta semana, o Congresso americano aprovou o aumento do teto da dívida do país - o total que o governo pode dever para empresas do país, cidadãos americanos e governos e empresas de outros países - em US$ 2,1 trilhões. A notícia também amenizou o temor de que a principal economia do globo pudesse dar um calote generalizado.
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