Ex-chanceler assume Ministério na segunda-feira, em lugar de Nelson Jobim, demitido pela presidente Dilma Rousseff na quinta
Amorim garante continuidade na linha de atuação da Defesa
O futuro ministro da Defesa, Celso Amorim, garantiu neste sábado, 6, que não pretende mudar a linha de atuação de seu antecessor, Nelson Jobim, demitido na quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff. "Não vou reinventar a roda", disse Amorim a assessores, após encontro de uma hora e quarenta e cinco minutos com comandantes da Aeronáutica, Exército e Marinha realizado no Palácio do Planalto.
A referência à roda foi feita por Amorim quando os comandantes mostraram preocupação com propostas polêmicas dentro e fora do governo, como a da Comissão da Verdade, que poderia levar à revisão da Lei da Anistia. Amorim disse que esse assunto não está em discussão.
Amorim tomará posse na segunda-feira, 8, à tarde. O horário ainda não foi definido nem há a certeza da presença da presidente Dilma Rousseff, embora assessores tenham dito ser provável que ela vá. Amorim disse aos comandantes que pretende reunir-se com eles, individualmente, na próxima semana, para se inteirar do que cada uma das Forças vem fazendo.
Antes do encontro com os comandantes militares, Amorim esteve com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, das 13 hs às 15h30, quando recebeu as primeiras orientações sobre a forma como deve atuar. Dilma não quer que ele se envolva em polêmicas, como mudança nas negociações da Comissão da Verdade, cujo projeto já se encontra no Congresso.
Informações de bastidores do lado das Forças Armadas revelaram que o encontro com os comandantes foi tranquilo. Depois de ouvirem de Amorim um pedido de ajuda para que possa tocar o ministério sem maiores contratempos, os oficiais-generais falaram a respeito de suas Armas. Em conjunto, eles disseram ser importante preservar o orçamento do Ministério da Defesa para o ano que vem.
O comandante do Exército, general Enzo Peri, falou a respeito do Sistema de Vigilância de Fronteiras (Sisfron), dos acordos com os países vizinhos, do uso do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) e da necessidade de desenvolver o carro de combate Guarani, para o transporte de tropas.
Por sua vez, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, referiu-se aos aviões P3, comprados dos Estados Unidos, que estão sendo reformadas por uma empresa espanhola e que são próprios para patrulhas antisubmarinas. Disse que dois dos nove ficarão prontos ainda esse ano. Lembrou-se também da necessidade de equipar a Força Aérea com novos caças, no projeto conhecido por FX. Três países tentam vender os caças ao Brasil: Estados Unidos, França e Suécia.
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