Preços da Perdigão encostam nos da Sadia
Nos últimos três anos, o consumidor de Belo Horizonte habituado à marca Perdigão teve que desembolsar mais dinheiro para adquirir seus produtos.
De abril de 2008, um ano antes da fusão Sadia-Perdigão, a junho deste ano, dois anos depois da criação da BRF Brasil Foods, os preços da Perdigão subiram bem mais do que os da Sadia e acima da inflação do período.
A taxa ficou em 19% pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, calculado pelo IBGE e usado pelo governo federal para definir a meta inflacionária).
Levantamento sobre a evolução dos preços de nove produtos das duas marcas feito pelo site Mercado Mineiro, a pedido da Folha, nos 11 principais supermercados da capital mineira revelou que os preços da Perdigão, quase sempre menores, avançaram em média 31,6%.
MENOS PREMIUM
Os mesmos itens da Sadia variaram em média 20,2%.
"A Sadia é menos marca premium hoje do que era no passado", disse o professor da Fundação Getulio Vargas Arthur Barrionuevo, especialista em concorrência e regulação e ex-conselheiro do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica, que julgou a fusão).
A reportagem enviou os dados apurados pelo Mercado Mineiro para a BRF Brasil Foods, mas a empresa não quis comentá-los.
O levantamento mostra dois momentos da variação dos preços. No ano que antecedeu a fusão, os preços da Perdigão variaram mais. Depois, houve equilíbrio.
Para Barrionuevo, o levantamento, apesar de restrito à capital mineira, é "um indicador" de que isso pode ter se repetido pelo país.
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