E.ON, a maior companhia energética da Alemanha, planeja demitir até 10 mil funcionários no mundo todo, mais de 10% de seu elenco internacional, devido à decisão de Berlim de aposentar as usinas nucleares alemãs, informa neste sábado o jornal "Süddeutsche Zeitung".
O conselho de direção da empresa deve discutir este drástico corte de pessoal na próxima semana e, "embora por enquanto não tenha se adotado nenhuma decisão" definitiva, uma fonte da direção afirmou ao jornal que "as mudanças conjunturais" obrigam a E.ON a adotar medidas de adaptação.
"O corte de funcionários ocorrerá, isso é certo. Agora a pergunta é apenas qual será o número", declarou, por sua vez, um porta-voz sindical do consórcio.
A fonte da direção citada pelo jornal estima que um terço das demissões afetarão vagas com base na Alemanha e que os dois terços restantes envolverão postos de trabalho no exterior.
Segundo dados oficiais da E.ON, a companhia possui atualmente mais de 85 mil funcionários no mundo, que trabalham principalmente em 12 países da Europa, América do Norte e Rússia.
A empresa faturou no ano passado mais de 93 bilhões de euros, mas sua dívida atual chega a 45 bilhões de euros.
A aposentadoria da energia nuclear proposta pela chanceler Angela Merkel e aprovada em junho pelo Bundestag (Parlamento alemão) após o acidente na central japonesa de Fukushima implica o fechamento das 17 usinas atômicas da Alemanha nos próximos dez anos e a aposta em energias renováveis.
Só a E.ON administra cinco dessas usinas nucleares e outras seis em regime partilhado com outros consórcios energéticos.
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