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Internacional
Sábado - 06 de Agosto de 2011 às 10:50

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O Departamento de Bombeiros de Nova York (FDNY), uma das instituições mais representativas da ""Big Apple"", está em xeque por denúncias de um persistente racismo, o que faz com que a unidade seja integrada em sua grande maioria por brancos.

Os bombeiros de Nova York, que se deslocam pelas ruas da cidade em carros vermelhos que são ícones de Manhattan, são considerados heróis, em particular por seu desempenho e sacrifício após os ataques de 11 se setembro, quando 343 deles morreram no resgate e na tentativa de apagar incêndios antes da queda das Torres Gêmeas.

Mas um julgamento que teve início esta semana no tribunal federal do Brooklyn está afetando seriamente esta imagem.

Os denunciantes, liderados por um grupo de bombeiros negros denominado de "Vulcan Society" (Sociedade do Vulcão), acusa a instituição de favorecer o recrutamento de brancos e pede ao juiz Nicholas Garaufis que realize mudanças drásticas.

O capitão Paul Washington, que iniciou a batalha judicial, disse que o FDNY enfrenta o mesmo tipo de transformação que aconteceu no Departamento de Polícia de Nova York há alguns anos.

"Há uma possibilidade de que isto seja histórico", disse Washington à AFP.

O FDNY nega qualquer tipo de racismo, mas os números não ajudam a instituição.

Em uma cidade conhecida pela grande mistura de raças e na qual 25% da população é negra e 27% de origem latina, apenas 3,4% dos bombeiros são negros e 6,7% latinos, destacaram os denunciantes.

O julgamento, que acontece em um tribunal próximo do quartel central do FDNY, é apenas o último de uma série de denúncias na justiça com o objetivo de recrutar mais pessoas destas minorias.

O juiz Garaufis emitiu ano passado uma decisão na qual afirmava que os testes de entrada no FDNY foram criados para favorecer os candidatos brancos.

Segundo o comando dos bombeiros, mudanças estão sendo implementadas. Neste verão foi criada uma grande campanha de recrutamento entre os negros e os latinos para os exames de 2012.

Uma das pessoas que coordena o processo de recrutamento, Michele Maglione, testemunhou no processso e a afirmou que um número recorde de não brancos pode ser aprovado no concurso, que acontece a acada quatro anos.

De acordo com Maglione, as candidaturas apresentadas até o momento tême 63% de brancos, 20,7% de latinos, 12,9% de negros e 2,9% de asiáticos.

Para o mesmo período em 2007, os números eram de 73,1% de brancos, 15,2% de latinos, 8,3% de negros e 2,3% de asiáticos.

Em um centro de recrutamento perto do Harlem, três bombeiros negros distribuem panfletos informativos para atrair candidatos.

Os recrutadores dizem amar o trabalho, que às vezes pode ser perigoso e no qual ganham quase 100.000 dólares anuais a partir do quinto ano de serviço, com uma ótima aposentadoria após 20 anos.

Annie Martínez, de origem cubana, para e recebe informações para seu filho, que segundo ela idolatra os bombeiros desde que era pequeno. Agora, com 20 anos ele sonha em entrar para o FDNY.

Martínez, de 47 anos, diz que como voluntário o filho sempre teve uma boa relação com os bombeiros brancos, mas não esconde o medo de que tenha dificuldades para conseguir um emprego no Departamento.

"Se Deus quiser vão recrutar mais minorias agora, mas a situação é assim há tanto tempo que muitos latinos como eu nem tentam entrar", lamenta.





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