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Cidades/Geral
Sexta - 05 de Agosto de 2011 às 02:19
Por: MARIANNA PERES

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O governo brasileiro enviou ontem uma carta ao Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) reforçando o pedido de suspensão do embargo aos frigoríficos do Rio Grande do Sul e Paraná e de Mato Grosso, em vigor desde 15 de julho. Também foi reivindicada a aceitação da lista apresentada pelas autoridades brasileiras no início de julho, em reunião em Moscou, com 88 unidades que cumprem todas as exigências para exportação imediata.

Entre as 85 indústrias de abates e processamento de bovinos, suínos e aves vetadas à exportação, 21 estão localizadas em Mato Grosso. Dessas, 17 são frigoríficos de bovinos - mas deste número apenas 11 plantas estão em atividade - e o restante é de aves e suínos. Em relação às plantas de bovinos, estão suspensas as compras do JBS/Friboi (Barra do Garças, Pedra Preta, Araputanga e São José dos Quatro Marcos), Agra (Rondonópolis, frigorífico misto com abates de bovinos e suínos), Guaporé (Colíder), Marfrig (Tangará da Serra e Paranatinga), Sadia (Várzea Grande), Perdigão (Mirassol D´Oeste), Vale Grande (Sinop) e outras duas de suínos (Agra e Intercop) e duas de aves.

O Rosselkhoznadzor afirma que as unidades dos três estados não conseguiram atender aos requerimentos da união alfandegária. A Rússia é atualmente o maior consumidor de carnes do Brasil e em Mato Grosso respondeu em 2010 por 93% dos embarques suínos.

Segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, “diferentemente das expectativas, na semana passada, as autoridades russas comunicaram aceitar a lista de suspensão temporária sugerida pelo Brasil a 37 plantas frigoríficas que não exportam há mais de um ano ou ainda têm de apresentar algumas análises laboratoriais, sem, no entanto, suspender o embargo aos três estados". Além disso, o Rosselkhoznadzor pediu mais informações sobre as 88 unidades que, segundo Oliveira, estão completamente dentro dos padrões russos.

O caso se arrasta desde o final de maio, quando as autoridades russas comunicaram o embargo. Desde então, algumas missões brasileiras foram à Rússia para tentar entender as alegações para o embargo e responder aos questionamentos.

Oliveira disse que na carta enviada ontem também foi pedido aos russos que aceitem os embarques feitos até o dia 2 de agosto pelos 37 frigoríficos suspensos temporariamente. Isso porque o Rosselkhoznadzor estipulou a data de início do embargo para essas plantas o dia 6 de julho, quando a proposta foi apresentada pelos brasileiros em Moscou, mas os frigoríficos só foram comunicados quando o documento chegou ao Brasil, na semana passada.

Para que haja uma “harmonização de critérios”, o governo brasileiro espera que o governo russo aceite promover encontros regulares de especialistas em laboratórios de análises dos dois países. Para buscar um melhor entendimento entre as partes, Oliveira disse que, na segunda quinzena de outubro, o diretor do Rosselkhoznadzor, Sergei Dankvert, vem ao Brasil para participar de um seminário de esclarecimento das exigências russas.

A indústria de carnes bovinas e de aves, segundo Oliveira, não sofreu impactos significativos nos embarques para a Rússia porque consegue remanejar a produção destinada à Rússia para plantas de estados que não têm restrição de exportação. O setor que mais sente os efeitos do embargo é o de suínos, o que mais vende para a Rússia e que tem 90% dos frigoríficos localizados nos três estados cuja exportação está proibida.





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