Inflação perde força a partir de agosto, afirma Tombini
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou hoje que a inflação em 12 meses vai cair dois pontos porcentuais entre agosto deste ano e abril do ano que vem. Segundo ele, as medidas adotadas pela autoridade monetária para combater a inflação já estão funcionando e seus efeitos serão sentidos com mais força no último trimestre de 2011.
"O que programamos no plano de voo está ocorrendo", afirmou Tombini, em entrevista ao programa "Bom Dia, Ministro", da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Ele reafirmou que a autoridade monetária vai perseguir o centro da meta de inflação em 2012, de 4,5%.
Segundo o presidente do BC, a economia brasileira está desacelerando e a inflação está, em bases mensais, rodando abaixo da meta. "A inflação está sob controle, estamos trabalhando para isso. Não é questão de otimismo, trabalhamos para ela convergir ao centro da meta em 2012", disse.
Tombini afirmou ainda que a economia brasileira está moderando o crescimento, refletindo a taxa de juros em alta, mas vai continuar se expandindo e deve fechar 2011 com alta de 4% do Produto Interno Bruto (PIB). Ele ainda destacou que no futuro será possível ter bom crescimento com juros mais baixos. "Ao longo do tempo, será possível ter juros mais baixos com crescimento econômico", disse.
Câmbio
Tombini destacou que o câmbio é flutuante e que, por isso, é necessário, para quem tem renda em reais, que se tome cuidado para que não se assuma compromissos em dólar em excesso. "O câmbio flutua para os dois lados. É sempre bom lembrar que o dólar pode não ficar assim", disse o presidente do BC.
Tombini afirmou ainda que o Brasil está agindo para evitar o "aproveitamento ingênuo" do dinheiro fácil que está no mundo e toma a cautela necessária para evitar problemas maiores caso a conjuntura se reverta. Em relação aos fluxos de dólares, o presidente do BC destacou que são bons para o País os recursos destinados a investimentos, porque elevam a capacidade de oferta da economia e ajudam no combate à inflação.
Crédito
O presidente do Banco Central disse que o Brasil vai continuar crescendo, com inflação baixa e sem estouro de bolha de crédito à frente. Em entrevista ao programa "Bom Dia Ministro", Tombini afirmou estar atento à inadimplência, mas mais uma vez não mostrou preocupação.
Segundo ele, é natural que num processo de aperto monetário ocorra um aumento da inadimplência. "Mas nada diferente", disse, ressaltando que ela continua em níveis baixos. Tombini ponderou que o Brasil tem uma regulação e supervisão bancária "intensas". "Estamos atentos", disse ele.
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