Falta de sinalização adequada e proteção provocam acidentes nos canteiros de obras da Copa

A falta de sinalização adequada, iluminação, proteção e conservação das vias têm provocado um número de acidentes cada vez maior nas áreas próximas das obras da Copa do Mundo e até mesmo dentro dos canteiros. Nos últimos meses, com a abertura dos trabalhos da via permante do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) nas avenidas Rubens de Mendonça (CPA) e Tenente Coronel Duarte (Prainha) houve um expressivo aumento no registro de ocorrências de pequenos acidentes devido ao estreitamento nas vias e, principalmente, a ausência de alertas para motoristas nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande.

Com mais de 20 grandes obras – são trincheiras, viadutos, alargamentos, duplicações e implantação da via permanente – sendo executadas ao mesmo tempo e mais de 30 frentes de trabalho atuando em pontos de forte concentração no tráfego de veículos, ficou complicado dirigir na capital. Mais do que redobrar a paciência, os motoristas precisam ter muita atenção e cuidado com acidentes.

De acordo com a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), a responsabilidade de sinalizar e recuperar as rotas de desvio são das empresas contratadas. No entanto, não é o que está acontecendo. Até que as providências são tomadas, motoristas enfrentam buracos, ruas deterioradas, congestionamentos intermináveis, muita poeira e estreitamento de via. Um dos pontos mais críticos é a avenida da FEB, que perdeu duas faixas para a implantação dos trilhos. Nos horários de pico, é possível verificar congestionamentos com mais de dois quilômetros ao longo do trecho que começa no Ipase, passa pelo aeroporto e termina na rotatória do Zero Quilômetro. 

Há dois meses, o prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães perdeu a paciência com o consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande. O gestor ameaçou cancelar contrato seja por meio jurídico ou intervenção com o Estado, das empresas responsáveis pela implantação do VLT no município. O prefeito disse que iria suspender o alvará das construtoras, caso os buracos nas ruas dos desvios não fossem tapados e lembrou que a manutenção do asfalto é de responsabilidade da construtora do VLT. Depois de Walace Guimarães, o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes teve que reeditar a ameaça às empresas que tocam as obras na capital, pelo mesmo motivo.

A empresa construtora do VLT tratou de recuperar ruas e colocou sinalização vertical indicando riscos de acidentes. Contudo, os transtornos só têm ampliado e o número de acidentes aumentado. No último domingo, um veículo branco citroen caiu no canteiro da avenida do CPA, nas proximidades do hospital Unimed. Apesar do capotamento e dos danos no teto do carro, os ocupantes sobreviveram com alguns ferimentos. No entanto, ficou evidente a necessidade de melhor sinalização e até tapumes no local.

Com a ampliação da frente de trabalho na avenida do CPA, o estreitamento tornou o trânsito muito perigoso. A subida da avenida Mato Grosso, com destino ao viaduto da Miguel Sutil aponta uma situação de pré-caos nos horários de rush com centenas de veículos dividindo duas faixas. É comum ver carros resvalando em cones. Não há proteção suficiente em alguns pontos, como na descida da Avenida do CPA.

Na avenida Coronel Escolástico, nas proximidades da estátua dos Bandeirantes, onde estão sendo feitas escavações no canteiro para a via permanente do VLT, um buraco, embora raso, já provocou vários pequenos acidentes. Bem em frente do antigo Alex Restaurantes, a cratera exige muita atenção antes de um estreitamento.




Buraco em frente ao antigo Alex Restaurante, na avenida Coronel Escolástico exige atenção dobrada de motoristas



O professor César Roberto que trafega pelo local diariamente, reclama do descaso das empresas construtoras das obras da Copa em Cuiabá. “Esse buraco já provocou vários acidentes porque os motoristas tentam desviar com outros veículos do lado. Eu mesmo quase bati carro ali e passo com extrema atenção. É preciso que vejam o que está acontecendo”, declarou.

Através de sua assessoria de imprensa, a Secopa informa que vem tomando todas as providências no sentido de minimizar os impactos com as obras da Copa. A secretaria lembra ainda que a responsabilidade da manutenção das vias nas proximidades dos canteiros é das construtoras. Estas por sua vez, informam, através de suas assessorias que todas as medidas estão sendo tomadas no sentido de reduzir os transtornos e facilitar a vida da população.