Brasil Maior pode estourar meta de desembolso do BNDES em 2011
A política industrial anunciada ontem pelo governo, denominada Brasil Maior, pode colocar por água abaixo a meta de reduzir os desembolsos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Ao ampliar de R$ 3,4 bilhões para R$ 10,4 bilhões a dotação de recursos que o BNDES pode emprestar como capital de giro a micro e pequenas empresas via o programa Progeren, a meta de repetir ou mesmo ficar abaixo dos R$ 143,7 bilhões emprestados pelo banco em 2010 pode ser furada.
Nos primeiros cinco meses do ano, o BNDES desembolsou 6% menos que em igual período do ano passado.
De acordo com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, os desembolsos do banco em 2011 podem chegar a R$ 147 bilhões, caso toda a dotação extra seja efetivada pelos empresários.
A "explosão" do teto autoinflingido de desembolsar no máximo R$ 143,7 bilhões neste ano viria justamente dos R$ 7 bilhões adicionais ao Progeren, anunciados ontem pelo governo na divulgação do Brasil Maior. O programa também teve sua validade estendida de março para dezembro de 2012.
Ou seja, os R$ 7 bilhões adicionais podem ser emprestados ao longo do próximo ano, não necessariamente no segundo semestre.
Coutinho, no entanto, afirmou que a eventual "explosão" da meta de desembolso para este ano não "inviabiliza a política do governo de reduzir a participação do BNDES na concessão de crédito de longo prazo".
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