Lucro da Usiminas tomba, mas fica dentro do esperado
A maior produtora de aços planos do Brasil, Usiminas apresentou um resultado de segundo trimestre em linha com o esperado pelo mercado, apesar do tombo de 62% no lucro líquido na comparação com o mesmo período de 2010.
A companhia, mais impactada pela crise que vive o setor de aço mundial em meio ao excesso de oferta, fraqueza do dólar e alta contínua nos custos com matérias-primas, encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 157 milhões contra ganho de R$ 415 milhões um ano antes.
Enquanto isso, a média de expectativas de oito analistas consultados pela Reuters previa lucro líquido de R$ 161,7 milhões para a Usiminas.
Na comparação com o primeiro trimestre, um dos piores resultados da empresa nos últimos anos, em que o lucro foi de ligeiros R$ 16 milhões, a empresa apresentou números melhores, com redução de custos e aumento de margens de lucro.
Apesar da melhora no resultado sobre o primeiro trimestre, quando a empresa ainda sentia efeitos de descontos de preços aplicados em 2010 em meio à forte competição contra aço importado, a Usiminas cita no segundo trimestre uma desaceleração da economia brasileira, para onde passou a dedicar mais seus esforços de vendas nos últimos meses.
"No segundo trimestre, os principais indicadores evoluíram apontando um movimento de desaceleração que parece ter-se generalizado entre os setores da economia (...) Contudo, as expectativas de melhoria dos negócios nos próximos meses sustentam um cenário de moderado otimismo", comenta a Usiminas no balanço.
Em termos operacionais, o Ebitda (geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) fechou o segundo trimestre em R$ 365 milhões, queda de 58% na comparação anual, mas alta de 8% sobre os três primeiros meses de 2011.
Analistas esperavam uma geração de caixa de R$ 354,1 milhões, em média. A margem, que caiu de 24,3% um ano antes para 12,1% no três meses encerrados em junho, ficou acima dos 10,6% esperados.
Por unidade de negócio, todas as aéreas da empresa apresentaram evolução sobre o primeiro trimestre. A margem de siderurgia cresceu de 4% para 7% e a de mineração subiu de 65% para 68%.
A companhia produziu um volume de 1,858 milhão de toneladas de aço bruto, crescimento de 4% sobre o primeiro trimestre, mas queda de mesma proporção sobre um ano antes. Enquanto isso, as vendas somaram 1,583 milhão de toneladas, estável sobre o primeiro trimestre mas abaixo dos 1,821 milhões do segundo trimestre de 2010.
A Usiminas teve um custo de produtos vendidos 6% menor que no primeiro trimestre, apoiada em redução de uso de serviços de terceiros a quem teve de recorrer nos três primeiros meses do ano em meio às fortes chuvas que atingiram os Estados do Sudeste no período e que obrigaram contratações de esquemas alternativos de transporte.
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