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Nacional
Terça - 02 de Agosto de 2011 às 08:59

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Em nove meses, 475 usuários do transporte coletivo da rede integrada de Curitiba foram atendidos pelo seguro que cobre despesas médicas e indenizações em caso de acidentes. O Segbus, como é chamado, entrou em vigor em novembro de 2010 e tem atendido cerca de 53 pessoas por mês, principalmente vítimas de quedas nos ônibus e colisões ou que ficaram prensadas em portas. O seguro foi previsto na licitação para a escolha das empresas de transporte na cidade.

O número de atendidos poderia ser maior, já que muitos passageiros desconhecem o direito. A cozinheira aposentada Nadir Jacinto de Souza, 64 anos, teria direito ao seguro, mas diz não ter recebido ajuda. Ela era uma das passageiras do ônibus da linha Interbairros 4 que se machucaram há duas semanas, quando o motorista do veículo passou em alta velocidade em uma lombada. “O motorista estava correndo demais e nós estávamos sentados nos últimos bancos. Voamos, caímos no chão e não vi mais nada”, conta Nadir, que está com as duas pernas engessadas.

Ela afirma já ter ouvido falar do seguro, mas avalia que faltam informações sobre como acioná-lo. “Tem que ter orientação porque a gente não sabe como mexer com essas coisas.” Devido à lesão, Nadir está sem conseguir andar e desde então recebe cuidados da filha, que parou de trabalhar para cuidar da mãe. A esposa do cabeleireiro Diamantino Teodoro também estava no ônibus e sofreu lesões nos órgãos internos. A família afirma que não recebeu ajuda.

Seus direitos

Saiba mais sobre o seguro pago a vítimas de acidentes em ônibus e quando pode ser acionado:

O que é?

- É um seguro de acidentes pessoais que cobre os usuários do sistema de transporte coletivo da rede integrada de Curitiba, em caso de incidentes ocorridos quando esses estiverem dentro dos ônibus, terminais fechados e estações-tubo. Implantado em novembro do ano passado, o seguro é uma das exigências do contrato assinado entre a prefeitura e as empresas de transporte. A existência era prevista na licitação para a contratação das empresas.

O que o seguro cobre?

- Morte acidental, com cobertura de R$ 20 mil; invalidez permanente total ou parcial por acidente. A indenização, de até R$ 20 mil, é relativa à perda de capacidade para o trabalho, à redução ou à importância funcional definitiva, total ou parcial de um membro ou órgão por lesão física; despesas médico hospitalares de até R$ 3 mil.

Como acionar?

- Ligue para o número 0800 942 5900 com as seguintes informações: dia da ocorrência, hora, local, descrição do ocorrido e identificação da linha de ônibus.

Atendimento

- O horário de atendimento é de segunda-feira a sábado das 8 às 19 horas.

Há reembolso?

- Caso o usuário não receba atendimento no momento do acidente, ele pode pedir reembolso dos gastos médicos, desde que apresente comprovantes de despesas e informações sobre o acidente.

Para que o passageiro tenha cobertura no seguro é necessário ocorrer acidentes com o ônibus?

- Não. Se em uma freada brusca, passagem por uma lombada, uma curva fechada ou durante o embarque no ônibus ocorrer um acidente com o passageiro, o seguro poderá ser acionado.

Como obter mais informações?

O gerente do Segbus, Paulo Grillo, diz que está acompanhando o caso da esposa do cabeleireiro e que está tentando contato com Nadir. Grillo reconhece que muitos ainda desconhecem o seguro. Para divulgar o serviço, adesivos informativos serão fixados em todos os ônibus e terminais. “A gente precisa que a divulgação aumente para que as pessoas saibam dos seus direitos”, diz o gerente.

Cobertura

O seguro oferece cobertura de despesas hospitalares, odontológicas e com medicação, no valor de até R$ 3 mil, e indenização por invalidez ou morte. São atendidos os usuários da rede integrada de Curitiba que so­­frem acidente dentro de ônibus, terminais fechados e estações-tubo.

Dos 475 atendimentos feitos até agora, apenas um foi referente à invalidez por acidente e o restante relativo a despesas médicas. Não houve acionamento por morte.

Desinformação

Em uma sondagem rápida feita on­­tem à tarde pela reportagem com 12 usuários na Praça Rui Bar­­bosa, no Centro da capital, apenas dois entrevistados disseram conhecer o seguro. “Conheço quatro pessoas que se machucaram no ônibus. A última ficou presa na porta do ônibus, quebrou o braço no começo deste ano e não teve ajuda”, conta o cabeleireiro Fernando Ferreira, que não sabia sobre o seguro.

Para a dona de casa Janaína Luana Ferreira, falta informação. “Ninguém que eu conheço sabe desse seguro.” A acabamentista Patrícia Oliveira, que também desconhece a ação, afirma ser importante a iniciativa devido ao trânsito congestionado e à necessidade de os motoristas em cumprir o horário de ônibus.

Já os poucos usuários que conhecem o seguro afirmam não saber como acioná-lo. “Teria que ligar para o telefone 156 [número da prefeitura de Curitiba] para perguntar”, diz a coordenadora de cursos e teleatendente Laudicéia Batista Matos.






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