Forças sírias retomam ataques a Hama após dia de violência
Forças de segurança da Síria retomaram nesta segunda-feira ataques na cidade de Hama, no segundo dia consecutivo de repressão a protestos contra o governo de Bashar Assad.
Quatro pessoas teriam morrido em um bairro na região noroeste da cidade, segundo ativistas de direitos humanos.
Os ataques se seguem a um dos dias mais violentos desde o início dos protestos contra o governo em março. Segundo testemunhas e ativistas, ao menos 140 pessoas foram mortas no domingo por forças sírias, dezenas delas em Hama.
O correspondente da "BBC" em Beirute Jim Muir, disse que, apesar dos ataques, Hama ainda parece estar sob controle de seus próprios moradores, e não do governo.
Tanques e tropas que tentaram assumir o controle da cidade no domingo se retiraram para a periferia da cidade durante a noite, mas começaram a avançar novamente na manhã desta segunda-feira, de acordo com Muir.
A campanha do governo de Assad para tentar sufocar os protestos na Síria deixam o governo sob fortíssima pressão internacional, com condenações vindas de todos os lados.
OBAMA PROTESTA
No domingo, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que as informações vindas da Síria eram "horríveis".
"Mais uma vez, o ditador (Bashar Assad) mostrou que é completamente incapaz e não quer atender às queixas do povo sírio", afirmou.
Obama disse ter ficado consternado e horrorizado com o uso de "violência e brutalidade contra seu próprio povo" por parte do governo sírio, e acrescentou que os EUA continuarão a trabalhar para isolar o governo de Assad.
A UE (União Europeia), por sua vez, afirmou que os ataques aos manifestantes não têm justificativa, e o governo da Itália pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para adotar uma posição firme contra a Síria.
Reino Unido, França e Alemanha também condenaram a reação violenta do governo sírio.
O governo da Turquia, por sua vez, afirmou que o mundo muçulmano está profundamente decepcionado pela violência crescente no país.
BARRICADA NAS RUAS
Segundo ativistas pelo menos 140 pessoas morreram ao redor do país no domingo, em meio à ofensiva do governo. Os confrontos foram mais violentos e deixaram mais mortos na cidade de Hama, que foi atacada por tanques logo ao amanhecer.
Segundo testemunhas, tanques dispararam contra civis em Hama --centro de alguns dos maiores protestos contra Assad. A cidade esteve cercada pelo Exército durante o último mês.
O governo informou que os soldados foram enviados no domingo à cidade para retirar barricadas colocadas nas ruas pelos manifestantes.
No começo da noite, ativistas em Hama disseram à "BBC" que a cidade estava calma e que os tanques tinham saído.
A maioria dos jornalistas estrangeiros teve a entrada e permanência no país proibidas, dificultando a verificação das informações.
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