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Segunda - 01 de Agosto de 2011 às 02:57

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Midia News
Acidentes com motos têm um índice alto em Cuiabá e custam caro para a Saúde Pública
Acidentes com motos têm um índice alto em Cuiabá e custam caro para a Saúde Pública

O número de acidentes com motocicleta cresceu 81% nos cinco primeiros meses do ano, em Cuiabá. Enquanto em janeiro deste ano foram 309 entradas no Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC), envolvendo motoqueiros, em maio, as entradas subiram para 560 casos.

O percentual, proporcionalmente, é maior que a média geral de todos os acidentes de trânsito na Capital. Em janeiro, entre atropelamentos, acidentes com bicicletas, motos e carros, foram 452 casos contabilizados. Em maio, o número subiu para 990 casos. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Entre os prejuízos, somam-se os materiais e, principalmente, os físicos. Conforme o secretário-adjunto de Planejamento e Operações da SMS, Huark Douglas Correia, em um acidente de moto, em que o corpo do sujeito fica totalmente exposto, as sequelas podem ser irreversíveis.

"Uma grande porcentagem destes pacientes terá sequelas, às vezes, neurológicas; outras vezes, devido ao esmagamento dos membros na hora do acidente, físicas, nas pernas ou braços. Quanto maior a complexidade do caso, maior a chance de sequela e algumas são irreversíveis", disse Correia ao MidiaNews.

Na visão dos técnicos da Secretaria Municipal de Saúde, é como se os acidentes com motocicletas estivessem criando uma "sociedade de deficientes", já que as sequelas também podem significar amputações e, por consequência, afastamento do trabalho.

Hoje, a média diária de acidentes envolvendo motociclistas, que tem uma média etária de 20 a 39 anos, é de 18 por dia e vem aumentando cotidianamente.

"Além do problema social para o próprio paciente, é um problema público: o paciente de um acidente custa caro. Ele aciona o Samu, os médicos plantonistas, passa muitas vezes por mais de uma cirurgia, enfrenta a ortopedia, neurologia... São coisas que poderiam ser evitadas, com um trânsito menos imprudente e mais consciente", analisou Huark Correia.

A fila de atendimento para a ortopedia, nas unidades hospitalares municipais, por exemplo, tem atualmente uma espera de mais de 80 pessoas em Cuiabá. Em Várzea Grande, o número é pouco mais de 40 pacientes.

Conforme o secretário-adjunto de Planejamento e Operações, o problema da ala ortopédica não reflete na falta de profissionais, que para, a especialidade, estaria em um padrão significativo, mas sim na demanda cada vez mais crescente pelo serviço.

"Temos aumentado a demanda do serviço, só que a demanda de paciente tem aumentado em uma proporção maior ainda. Atendemos desde acidentes mais simples até lesões mais graves, mas tem de ser trabalho a prevenção. O motoqueiro não pode pensar que o céu é o limite", disse.

Medidas urgentes

Para o comandante do Batalhão de Trânsito de Cuiabá, coronel Wilson Batista, o aumento de acidentes de trânsito na Capital e em Várzea Grande não pode ser visto apenas com o fator imprudência, preponderantemente.

"É um conjunto de fatores e, dentre eles, temos que, por exemplo, rever a situação da formação dos condutores. Hoje, são 45 horas de aula teórica e 20 horas de aula prática, o que já se nota que não são suficientes para formar um bom condutor", afirmou.

Outros pontos, conforme Batista, são o não-conhecimento do condutor com a própria motocicleta e a direção ofensiva, em vez da defensiva.

"A pessoa não sabe como funciona a moto, não sabe trafegar no trânsito, ultrapassa pelo lado errado, não mantém uma distância mínima com outros veículos e todo esse conjunto faz, certamente, aumentar o número de imprudências, acidentes e mortes", disse o oficial.

A fiscalização e punição para os condutores de forma mais severa, inclusive, estão entre os pontos que o comandante incluiu em sua lista de alternativas para viabilizar um trânsito mais seguro e menos violento.

"Cuiabá é uma das poucas capitais que não têm uso da tecnologia das fiscalizações eletrônicas, tanto com semáforos inteligentes, como os radares eletrônicos em vias de grande movimento. Quanto às multas, há 13 anos, foram estabelecidos valores para elas, que estão defasados e hoje os condutores não estão mais preocupados com isso. Infelizmente, talvez seja pesando no bolso que o brasileiro começará a se conscientizar no trânsito", completou o comandante.






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