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Domingo - 31 de Julho de 2011 às 20:43

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As relações entre a Fifa e a Fedação Inglesa de futebol estão estremecidas desde que jornais ingleses publicaram denúncias de corrupção de membros da entidade, em outubro de 2010. Colocando mais lenha nessa fogueira, o diretor executivo da Premier League, a primeira divisão da Inglaterra, Richard Scudamore, prometeu que a tecnologia para acusar eletrônicamente quando a bola cruzar a linha do gol será adotada na liga inglesa já na temporada 2012-2013.

Em Hong Kong acompanhando o troféu Barklays Asia, conquistado pelo Chelsea, Scudamore disse que os lances de gol duvidosos podem mudar vidas e lembrou o gol de Lampard na Copa do Mundo de 2010 que não foi visto pela arbitragem no jogo em que a Inglaterra acabou eliminada pela Alemanha.

"Aquele jogo contra a Alemanha na Copa do Mundo foi marcante se considerarmos o equilíbrio da partida naquele momento e o que estava envolvido. Estava 2 a 1 e naquelas circunstânicias um gol não muda apenas jogos, mas sim um vida. Com 2 a 2 a Inglaterra teria grandes chances de vencer porque os alemãs ficariam completamente confusos sobre como vencer aquela partida. Eles tinham um time muito jovem", comentou Scudamore.

Apesar da pressão da Liga Inglesa, a Fifa ainda precisa aprovar o uso da tecnologia e até que tipo de sistema seria usado. A entidade está testando dois modelos distintos de tecnologia e prometeu entregar um relatório apenas em março de 2012 para a Internacional Board, que poderá decidir por um dos sistemas.

De acordo com Scudamore, assim que aprovado um modelo, a Liga Inglesa está pronta para adotá-lo. "Assim que a Fifa aprovar um dos fabricantes da tecnologia, então a Premiere Legue estará na vanguarda para utilizá-lo. Nossos clubes já aprovaram o conceito há três anos e tem sido frustrante não poder implementar a tecnologia até agora", afirmou o Diretor Executivo.

Os dois sistemas que disputam a concorrência atuam de maneiras bem diferentes. Um deles, chamado de Hank-eye, é o mesmo que é usado em partidas de Tenis e Cricket. Ele funciona através de câmeras de vídeo de alta velocidade, que gravam o lance e transformam a informação em gráficos virtuais. Depois, a informação é enviada ao árbitro.

Já a outra tecnologia, chamada Cairos, usa sensores na linha do gol e um microchip na bola. Quando ela passa pela linha, a informação é imediatamente enviada ao juiz.

A Hank-eye é mais lenta do que a Cairos e pode custar cerca de 250 mil euros (R$ 560 mil) a mais por estádio utilizado. Uma versão mais simples do Cairos já foi implantada no Mundial Sub-17 da Fifa em 2005. Porém, na ocasião, nenhum lance duvidoso de bola próxima a linha do gol aconteceu para que fosse testada a eficiência do sistema.

O diretor da Liga concorda com a Fifa de que a tecnologia tem que ser testada, mas não vê relação entre a implantação dessa medida para saber se a bola cruzou a linha, com lances de pênalti ou impedimento que também suscitam dúvidas.

"Nós não vamos arriscar nossa competição usando algo que não funcione. Eu concordo com a Fifa que tem ser estabelecidos critérios claros para a tecnologia. O sinal do equipamento tem que ser instantâneo e preciso. Uma bola cruzando a linha é um fato, o restante é uma questão de opinião. Se foi falta ou não e se foi impedimento ou não, é uma questão de interpretação. Nós somos tão favoráveis ao uso do equipamento para determinar se a bola entrou no gol porque a resposta pode ser apenas sim ou não nesse caso", disse Scudamore.






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