Polícia britânica investiga hackers no caso de escutas ilegais
A Polícia britânica iniciou uma investigação sobre a atuação de hackers, paralela à que está em andamento sobre as escutas ilegais do tabloide "News of the World", confirmou neste sábado a Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres).
Uma série de denúncias recebidas desde janeiro tornou necessário que um grupo de agentes investigue também os crimes cometidos contra a intimidade pelo tabloide britânico por meio da invasão de computadores pessoais.
A operação Weeting, reaberta em janeiro pela polícia para apurar o caso de espionagem por parte do já fechado "News of the World", está centrada exclusivamente nos grampos telefônicos.
O caso pressionou também o primeiro-ministro, David Cameron, por sua relação com um dos ex-diretores do periódico, Andy Coulson, que trabalhou como chefe de imprensa de sua residência oficial de Downing Street até janeiro passado.
ESCÂNDALO
O escândalo no jornal "News of the World", no qual investigadores acessaram as mensagens de voz de celebridades, vítimas de crimes e outras pessoas na busca de furos de reportagem, explodiu depois de vir à tona o fato de um investigador ter grampeado o telefone de uma menina desaparecida para acessar as mensagens que chegavam a ela.
O tabloide pertencia ao grupo News Corporation (News Corp.), um dos maiores conglomerados mundiais de mídia, cujo dono é Rupert Murdoch.
Ele era o jornal mais vendido aos domingos no Reino Unido, com uma circulação média de quase 2,8 milhões de exemplares. Revelações subsequentes sobre as atividades do jornal forçaram Murdoch a fechar o "News of the World".
O escândalo também teve repercussão nos negócios de Murdoch. Ele se viu obrigado a retirar a oferta de adquirir a totalidade das ações do canal pago BSkyB, da qual já possui 39%.
Agora se questiona se o escândalo teria ultrapassado os jornais da News Corp. Altos dirigentes da Scotland Yard se viram obrigados a renunciar, entre eles o chefe da força. A polícia é acusada de ter abafado a primeira investigação iniciada em 2006 e de ter mantido vínculos estreitos com o grupo do magnata.
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