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Repórter News - reporternews.com.br
Esportes
Sábado - 30 de Julho de 2011 às 11:04

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É raro ver Adilson Batista apontar alguma solução para o time sem usar a palavra "trabalho". No São Paulo, o termo é inevitavelmente atrelado a Muricy Ramalho, comandante do time tricampeão brasileiro entre 2006 e 2008 que ganhou até adesivo com a expressão "aqui é trabalho, meu filho", com uma caricatura sua batendo no braço esquerdo. Mas o atual técnico da equipe tricolor tenta afastar a pressão.

Ao perceber que deixaria escapar a frase característica de Muricy ao se considerar sério, "sem cabelo moicano nem brinco", Adilson tratou de fixar sua personalidade. "O Muricy é meu amigo, mas comigo não tem "aqui é trabalho, meu filho"", disse.

A definição que Adilson faz de si mesmo, entretanto, são bem similares às de Muricy. Apesar de ter que resolver os problemas do time mais conversando do que treinando, já que completará neste domingo, contra o Vasco, a sua terceira partida em um intervalo de oito dias, ele repete: prefere trabalhar a falar. "Não sou bom de discurso. Meu negócio é trabalho. Sou mais do campo, gosto de trabalhar", afirmou, logo rindo com a semelhança dos discursos, mas provando em campo a sua teoria. O treinador tem comandado com as mesmas cobranças e broncas um coletivo de titulares ou atividade de campo reduzido entre reservas e garotos.

Uma das maiores diferenças em relação a Muricy Ramalho, porém, está na postura diante de algumas dificuldades. Enquanto o atual comandante do Santos caracterizou-se por reclamar da falta de tempo para treinar e melhorar o time, Adilson aceita a condição para fazer o São Paulo alcançar o rival Corinthians. E sabia disso ao aceitar o convite no início da semana passada.

"Não dá para dizer "não" ao São Paulo. Assumi sabendo que teria jogo no sábado, depois na quarta, no domingo, na quinta... Não vou ficar lamentando se tenho jogo a cada três dias. É o calendário e todos sabemos que temos que trabalhar assim. Nossa obrigação é mostrar que podemos melhorar", afirmou.

Ao mesmo tempo em que tenta desatrelar sua imagem à de Muricy, Adilson tenta afastar um estigma próprio. Credita o recente mau desempenho em Corinthians, Santos e Atlético-PR apenas a resultados, mas gosta sempre de citar seus dois anos e meio no Cruzeiro entre 2008 e 2010 como um trabalho "excelente".

O time mineiro é o único antigo clube que Adilson demora a cortar seu próprio raciocínio dizendo que é "passado". Usa o termo mais para falar sobre a fama de "professor pardal" que ele mesmo se colocou enquanto estava em Belo Horizonte. Agora, só quer provar sua gratidão pela chance no São Paulo triunfando no clube.

"Estou muito contente, vivenciando o São Paulo, conversando, recebendo ajuda, compreensão, dedicação, seriedade. Já fizemos por merecer isso. Era para termos vencido o Atlético-GO, quando fomos superiores, e fizemos um grande jogo em Curitiba. Com o tempo, vamos passando tranquilidade para todos", prometeu, dizendo-se com o espírito mais leve.

"Todos precisamos estar com a mente e a espiritualidade boas, a consciência tranquila de fazer o melhor, ser honesto, verdadeiro, justo, coerente. Sempre sou um cara alegre, crio bons ambientes, respeito os profissionais. Estou muito contente e feliz, sei da grandeza e a importância de estar aqui. Tenho que aproveitar esse momento", disse.






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